O Porto de Suape (PE), que completa 46 anos nesta quinta-feira (7), inaugurou uma nova linha marítima semanal conectando o Nordeste brasileiro ao continente asiático. A rota foi marcada pela chegada do navio MSC Juliette, de bandeira liberiana, que atracou nesta quarta-feira (6) no Cais 2 do Tecon Suape para movimentar 2.201 contêineres com destino a Singapura e outros portos asiáticos. A rota, chamada de 'Serviço Santana', é operada pela Mediterranean Shipping Company (MSC) e oferece uma viagem média de 23 dias. A MSC Juliette, da classe New Panamax, tem capacidade para até 15 mil TEUs e representa um grande avanço na competitividade para exportadores e importadores da região.
O secretário de desenvolvimento econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, ressaltou que a nova linha é fruto de uma série de obras no Porto de Suape, incluindo a dragagem do canal externo concluída recentemente, e a dragagem do canal interno em andamento. Ele destacou que a nova rota direto para Singapura abre oportunidades de emprego e atrai novos negócios para Pernambuco.
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Com essa nova linha direta, Suape se posiciona como gateway de contêineres de longo curso no Nordeste. O diretor-presidente da estatal portuária, Marcio Guiot, enfatizou que o porto está empenhado em melhorar sua infraestrutura, como a dragagem e a recuperação do molhe, para aumentar a competitividade. Para o diretor de desenvolvimento e gestão portuária, Rinaldo Lira, essa conexão direta com a Ásia representa um marco comercial, ampliando as possibilidades de negócios para diversas cadeias produtivas e industriais de Pernambuco.
Suape registrou seu primeiro supernavio da classe New Panamax em julho deste ano com a atracação do MSC Orion, marcando o início das megaoperações no porto. Desde então, Suape recebeu seis embarcações dessa classe, que movimentam até 15 mil TEUs, ampliando significativamente a capacidade do porto.
A conclusão da dragagem no canal externo, atingindo 20 metros de profundidade, possibilita que navios de grande porte atraquem com carga máxima, otimizando exportações e importações. A dragagem do canal interno, prevista para cinco meses e envolvendo a remoção de 3,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos, resultará em um aprofundamento de até 16,2 metros.
Além disso, a bacia de evolução e os Píeres de Granéis Líquidos 3A e 3B estão sendo dragados até 18,5 metros, com investimentos totais de R$ 204 milhões, incluindo recursos próprios e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC3). Outra obra em andamento é o reforço do molhe de abrigo, que protege o atracadouro de fortes correntes e ondas. A intervenção, com custo de R$ 123 milhões, está em sua fase final e visa minimizar a interferência das marés, melhorando a segurança e eficiência das operações no porto.