O Porto de Vitória deverá fazer, ainda neste mês, uma operação até então inédita no país. O embarque de 17 mil toneladas de brita, no berço 202, em Capuaba, para uma obra de enrocamento (maciço de pedras arrumadas ou jogadas para proteger um aterro) em dutos de petróleo em alto mar, na Bacia de Campos.
O navio Sandpiper, de bandeira panamenha, que fará o transporte das pedras, já está fundeado na Barra, aguardando a autorização da Codesa para o embarque. A embarcação, que fará o transporte das pedras, foi contratada pela Petrobras. O projeto de manutenção dos dutos, denominado Roch Dumping, vem sendo desenvolvido há dois anos pelo consórcio Boskalis e Van Oord. As duas empresas do consórcio também foram contratadas pela petrolífera.
Os dutos, utilizados para o escoamento de 600 mil barris de óleo, extraído de poços na Bacia de Campos, precisam de manutenção, porque foi constatada a movimentação dos sedimentos marinhos em que os tubos estavam apoiados. Para evitar problemas com o escoamento do óleo, foi necessário o desenvolvimento do projeto de enrocamento com a brita, que será levada do Porto de Vitória à Bacia de Campos.
Base de apoio
O enrocamento será feito ao redor dos dutos, na área em que a areia e demais sedimentos foram deslocados. O deslocamento dos sedimentos marinhos, que a Petrobras denomina de desassoreamento, deixou os tubos sem base de apoio. O enrocamento precisa ser feito para estabilizar os tubos e eliminar os riscos para as operações que são feitas em alto-mar. Entre elas, o carregamento de dois navios diariamente. Na área, segundo os técnicos, há uma intensa movimentação logística.
É a primeira vez que esse tipo de obra será feita no Brasil. O projeto desenvolvido para a Petrobras é o que há de mais moderno no mundo na estabilização de tubos petrolíferos submarinos, explicaram os representantes do consórcio. Os técnicos fizeram a apresentação do projeto aos conselheiros do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), na reunião realizada nesta semana.
O projeto Roch Dumping será executado em 66 dias, e as ações que serão desenvolvidas em alto-mar, na Bacia de Campos, onde há uma movimentação intensa de embarcações, já foram licenciadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O processo de licenciamento demorou mais de um ano.
Segundo o superintendente do Porto de Vitória, José Luiz Canejo, se a operação for bem-sucedida, todo o trabalho de manutenção dos dutos já instalados poderá ser feito pelo Porto de Vitória. Segundo ele, a Petrobras, vem discutindo a operação com a Codesa há cerca de dois anos.
Fonte: A Gazeta (ES) Vitória/Rita Bridi
PUBLICIDADE