Perto de completar um século de atividades, o Porto do Recife continua prejudicado pelo contínuo adiamento de novos investimentos, principalmente pelo contingenciamento de gastos do governo federal. No entanto, a administração do terminal garante estar cuidando do que lhe cabe: na última sexta-feira(24), foi apresentado o andamento do estudo que vai ensejar a licitação de uma nova dragagem, que permitirá a atracação de navios maiores. A última foi em 2011.
A previsão é que o estudo fique pronto em até quatro meses. Já a licitação depende do andamento que o governo federal vai dar ao Programa Nacional de Dragagem 2 (PND2), lançado em 2012 e no qual o Porto do Recife está contemplado desde 2013. A expectativa era que os recursos fossem liberados em 2014, mas não saíram e, com o contigenciamento das contas da União, ficaram sem previsão de liberação. Assim, a administação decidiu adiantar o estudo. E conseguiu parceria do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) para isso, o que, segundo o presidente do porto, Olavo Lima, agiliza o processo. Ele explica que o instituto é vinculado à Secretaria dos Portos, da Presidência da República, e tem métodos que tornam a análise técnica mais rápida. “Precisamos ter esse estudo na ‘prateleira’ para estamos prontos quando o governo federal montar a licitação”.
O levantamento batimétrico – apresentado ontem a profissionais e empresários que atuam no porto pelo diretor do INPH, Domenico Acceta – é um retrato das variações de profundidade do assoalho marinho. Grosso modo, a distância entre a superfície da água e o chão submerso. O estudo também vai consdeirar a demanda dos operadores portuários. Eles darão sugestões que devem ser oficialmente incluídas no projeto em até 10 dias. Informações premilinares apontam, contudo, que a dragagem precisa aumentar o calado (o espaço para a parte submersa do navio) para 12,5 metros. Atualmente, o máximo é 10,7m. Olavo Lima acrescentou que o terminal também quer incluir ajustes para receber navios de cruzeiro com até 330 metros de comprimento: esse foi o maior que já entrou no porto, porém com margem de manobra muito pequena.
Enquanto o estudo avança, outro investimento também segue sem previsão: os R$ 160 milhões das obras de reformao e ampliação dos cais 7 a 10. Lima assegura que, mesmo envolvida na Operação Lava Jato, a Galvão Engenharia, empresa responsável pelo serviço, está apta a iniciá-la. No entanto, o governo federal não tem previsão da liberação de recursos.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
PUBLICIDADE