O Porto do Recife recebeu a aprovação da batimetria da obra de dragagem recém-terminada em seus berços. A avaliação final foi feita pelo CHM (Centro Hidrográfico da Marinha), na última quinta-feira (14). O relatório final apontou que os berços 00 e 01 chegaram a profundidade de 10 metros; o trecho entre os berços 02 e 06 atingiram 11 metros; e a profundidade entre os berços 07 e 09 alcançou oito metros. Os trechos poderão chegar às profundidades máximas, na maré alta, de 12,60m, 13,60m e 10,6m respectivamente. Com isso, o ancoradouro passa a receber navios mais carregados e a ampliar sua movimentação de cargas.
Em junho, o porto teve crescimento de 90,24% na movimentação, o que representou o melhor junho dos últimos três anos. 31 navios passaram pela capital pernambucana e movimentaram 109.625 toneladas de produtos. No mesmo período do ano passado, o ancoradouro havia movimentado 57.625 toneladas.
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Os principais produtos que puxaram esse crescimento foram os fertilizantes, o trigo, a barrilha e o malte de cevada. Os adubos apresentaram o maior crescimento, com 630,4%, e movimentaram 29.285 toneladas. “Esse crescimento dos fertilizantes fora de época está associado ao cenário mundial, à guerra e à dificuldade de fornecimento do produto. Como o importador não pode deixar de atender seus clientes, eles têm movimentado uma maior quantidade de fertilizantes para garantir estoque”, afirma José Lindoso, presidente do Porto do Recife.
O malte de cevada e a barrilha tiveram um incremento principalmente pelo aumento da demanda dos produtos. A Ambev, indústria cervejeira, tem investido no ancoradouro recifense como principal centro de distribuição da cevada para o Nordeste e, por isso, a carga fechou junho com um crescimento de 80,9%, movimentando 19.904 toneladas.
Já a barrilha atende a demanda das indústrias saponáceas e vidreiras do Estado, que incrementaram a demanda no mês de junho, importando 24.797 toneladas pela capital pernambucana, impulsionando em 59,9% a movimentação do produto no ancoradouro.
O trigo foi a carga que aumentou sua movimentação devido a oferta de um calado melhor. “Esse crescimento do grão em 50,8% no mês de junho foi um reflexo do uso das nossas novas profundidades. Os importadores do grão têm trazido navios cada vez mais cheios, aumentando a movimentação por navio e impulsionando o fluxo de cargas no terminal recifense”, explica José Divard de Oliveira, diretor Comercial e de Operações.
GESTÃO – Na próxima quarta-feira José Lindoso passa a presidência do Porto do Recife para o advogado Tito Lívio Morais. A dragagem foi uma das importantes conquistas da gestão de Lindoso, no comando do ancoradouro recifense. O presidente também foi responsável pela concretização do investimento da Liquiport no Porto do Recife. A empresa irá montar uma bateria de sete silos para movimentação de malte de cevada. Bem como da negociação para ampliação dos silos da Rhodes. Os dois novos negócios deverão tornar o Porto do Recife um hub do grão para o Norte/Nordeste.
A captação de novos negócios passou tanto pela parte institucional, como estrutural da gestão. Com a aprovação do novo Plano de Zoneamento (PDZ) do ancoradouro foi possível uma melhor definição e disponibilização de áreas para arrendamento dentro da zona portuária do Recife. Ao todo, três áreas já possuem efetivo interesse e outras três áreas foram regularizadas.