O Porto do Recife comemora crescimento recorde na movimentação de carga em 2019 e espera fechar o ano com avanço de 14% em relação a 2018. Mesmo operando com restrição de calado - porque ainda aguarda recursos federais para a realização da dragagem -, uma discreta recuperação da economia e a movimentação de açúcar ensacado, que deixou de ser embarcada pelo Porto de Suape contribuiu para a performance do atracadouro recifense. De janeiro a outubro o porto já movimentou 1,23 milhão de toneladas, superando o resultado de todo o exercício de 2018, que fechou em 1,22 milhão de toneladas. Diante dos dados, a projeção é encerrar 2019 com acréscimo de 14% na movimentação.
O coque de petróleo (subproduto do petróleo muito usado na siderurgia) e o malte de cevada são os produtos com maior movimentação no Porto do Recife, mas foi o açúcar ensacado que contribuiu para o incremento nos últimos meses do ano. No segundo semestre, a Agrovia do Nordeste comunicou à diretoria do Porto de Suape que deixaria de operar o terminal no Cais 5. Inaugurado em 2016 com investimento de R$ 130 milhões, o terminal se complementava ao Recife, ficando dedicado à movimentação de açúcar refinado e ensacado, enquanto Recife se encarregava do produto a granel. Controlada pela OTP - braço logístico da Odebrecht, a Agrovia do Nordeste encerrou as operações por conta do processo de recuperação judicial da Odebrecht, envolvida na operação Lava Jato.
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A carga de açúcar ensacado foi realocada para o Porto do Recife e no acumulado do ano o atracadouro contabiliza 53.170 toneladas, o que representa um aumento de 130% na comparação com o mesmo período de 2018. O açúcar a granel apresentou um crescimento menor (17%) no intervalo analisado, alcançando 64.665 toneladas.
O malte de cevada, que atende as fábricas do Polo Cervejeiro de Pernambuco em Itapissuma e Igarassu, também registrou crescimento na movimentação, acompanhando o crescimento das vendas do setor de bebidas. A movimentação da matéria-prima da cerveja despontou 52%, atingindo 182.198 toneladas. O coque de petróleo seguiu a tendência de crescimento e registrou movimentação de 43%.
DRAGAGEM
“A nossa preocupação maior foi manter a atração das cargas tradicionais e já consolidadas no Porto do Recife, como açúcar, malte, barrilha, fertilizante e trigo e concomitante buscar outras cargas, como o coque de petróleo. A estratégia deu certo e já podemos celebrar. Agora já estamos trabalhando a atração de novas cargas para 2020, como a Ilmenita, minério de ferro extraído de um jazida em Floresta, Sertão pernambucano”, diz o presidente do Porto do Recife, Carlos Vilar, que retornou ao atracadouro recifense, após uma curta temporada presidindo o Complexo de Suape.
O atraso na dragagem compromete o desempenho operacional do Porto do Recife, que tem uma profundidade em seus cais que varia de 8,8 a 9,3 metros por conta o assoreamento. Com a obra a expectativa é aumentar a profundidade para 12 metros. Esse cenário limita o tamanho dos navios que conseguem atracar no porto. No início do ano, a previsão era captar R$ 100 milhões do governo federal para a obra, mas após muita batalha o governo do Estado conseguiu garantir R$ 23 milhões, junto ao Ministério da Infraestrutura. A secretaria de Desenvolvimento Econômico adianta que o Termo de Compromisso já está em minuta.
CRUZEIROS
Além de comemorar o aumento da movimentação de cargas, a diretoria do Porto do Recife também está otimista com a temporada de navios de cruzeiro marítimo 2019/2020, que será aberta na próxima segunda-feira (25). A chegada e partida de embarcações se estende até abril do próximo ano e promete movimentar o turismo pernambucano. A temporada deve estar mais aquecida em 36,8% na comparação com a anterior.
O primeiro navio a atracar no Porto do Recife será o MSC Música, que chaga à capital pernambucana às 7h30, trazendo 2.406 turistas a bordo e 911 tripulantes. Pelos cálculos do Porto do Recife serão recebidos 19 navios de cruzeiro, num total de 26 escalas/viagens. A estimativa é de que em torno de 40 mil turistas visitem o Estado pela via marítima.
Uma das vantagens de viajar a bordo de um navio é a comodidade de reunir em um só local transporte, acomodação, alimentação e programas de entretenimento. O MSC Música é o primeiro navio da Geração Musica e impressiona pelos detalhes. A recepção, que conta com uma cachoeira de três níveis e um piano suspenso em um piso de cristal sob a piscina de águas iluminadas, misturando a atmosfera musical e de aconchego.
Fonte: JC
