O Porto de Itapoá concluiu nos últimos dias uma captação de R$ 750 milhões, que será usada para a expansão do terminal, localizado na costa norte de Santa Catarina. A ideia é ampliar a capacidade de movimentação, atualmente de 1,2 milhão de TEUs (contêineres de 20 pés) por ano, para 1,6 milhão de TEUs.
A obra de expansão, que demandará um total de R$ 850 milhões de investimento, terá início em 2022, com duração de até dois anos, segundo o presidente da companhia, Cássio Schreiner.
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“A ocupação do terminal em 2021 ficou, em média, na casa de 75%. No primeiro trimestre do ano, chegamos a picos acima de 80%. Isso nos motivou a expandir, porque sinaliza que se não houver uma ampliação pode haver um gargalo. Com a previsão de crescimento que temos para o ano que vem, vamos chegar no limite”, afirma o executivo. A ideia é começar a disponibilizar alguma capacidade adicional já a partir do segundo semestre de 2022.
A ampliação consistirá na aquisição de novos guindastes, que irão aumentar a capacidade de movimentação no cais. Além disso, será construído um novo armazém no terminal.
O financiamento da obra foi feito por meio de uma emissão de debêntures incentivadas, com prazo de 15 anos e remuneração de IPCA + 6,29%. A operação foi coordenada pelo BTG Pactual e teve participação da XP.
O Porto Itapoá é um terminal privado que opera desde 2011 em Santa Catarina. Os acionistas da empresa são o grupo Battistella, a gestora de investimentos BRZ e a Maersk. Inicialmente, o empreendimento tinha uma capacidade de movimentação de 500 mil TEUs por ano. Em 2013, porém, quando começou a se aproximar do limite, a companhia aprovou um plano de expansão - que, futuramente, poderá chegar a 2 milhões de TEUs ao ano.
Uma primeira fase da ampliação foi concluída em 2018, quando o terminal chegou à capacidade atual. A obra que se iniciará em 2022 será a segunda etapa.
Há ainda uma terceira fase do plano de crescimento, que levará à capacidade de 2 milhões de TEUs por ano. Todos os estudos já foram aprovados e licenciados pelos órgãos reguladores, segundo Schreiner. “Se houver demanda, poderemos antecipar, mas nossa projeção é que essa última ampliação seja necessária a partir de 2025”, afirma o executivo.
Fonte: Valor