Não há como negar a necessidade de um porto no Piauí, levando em consideração principalmente que os números das movimentações com o exterior das empresas piauienses. Apenas no primeiro semestre do ano passado as exportações atingiram o crescimento de 104,9%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em abril deste ano houve um crescimento de 36,08% em relação a março.
Hoje o Piauí depende exclusivamente dos portos de outros estados para realizarem essas transações. Todas as taxas alfandegárias ficam nesses estados, que já possuem uma grande estrutura portuária. Muitas empresas inclusive possuem galpões próximos a esses portos e a partir dali a distribuição é realizada.
PUBLICIDADE
O Piauí perde impostos, empregos e desenvolvimento sem um porto. A nova aposta do Governo é a construção do Porto Seco de Teresina, que é um recinto alfandegado de uso público, administrado em parte pelo governo e outra parte pela inciativa privada, que oferece serviços de armazenagem, movimentação, despacho aduaneiro de mercadorias importadas ou a exportar.
Através do porto seco as exportações já chegam ao porto marítimo prontas para o embarque, diminuindo tráfegos, esperas e burocracias no local de embarque. As importações também são beneficiadas, pois o proprietário pode retirar o produto de forma fracionada, pagando esse imposto apenas quando fizer a retirada do produto. A armazenagem também pode fica mais em conta.
‘Desembaraço’ aduaneiro, que é a liberação de uma mercadoria pela alfândega para a entrada no país (em caso de importação) ou sua saída (em caso de exportação), também tende a ser facilitada tendo em vista a menor demanda, se comparado a um porto marítimo.
Segundo Ted Wilson, presidente da Companhia de Terminais Alfandegados do Piauí, responsável pelo projeto, o Piauí precisa deixar de depender tanto dos outros estado . “O Piauí está numa região estratégica, não temos porto, mas já exportamos e importamos. Muita importação e exportação passam por esta região de Teresina. Nossa ideia é construir um porto seco para termos portos molhados trabalhando para a gente”, explicou.
Ted Wlson faz questão de explicar como o estado ganha com a novidade. “Quando essas mercadorias chegam aos portos, é feito o 'desembaraço' e as taxas são pagas lá, para os produtos que vêm para Teresina. Quem está sendo beneficiado? Ceará, Maranhão e Pernambuco. Com o Porto Seco, a mercadoria chega de navio, não 'desembaraça' e 'pula' para uma carreta em um container. Há um serviço especial de acompanhamento para que ela seja transportada de carreta até Teresina. É feito o processo aduaneiro aqui, as taxas são cobradas aqui na Receita Federal e uma parte dessas taxas vai para o Governo do Estado, porque é recolhido aqui e não é pouca coisa, estamos falado de milhões”, disse.
Ele afirma ainda que um porto marítimo é essencial para complementar o desenvolvimento do setor no estado e reitera a importância de ser concluído o porto de Luís Correia.
Além de portos, para o estado alcançar o patamar de desenvolvimento precisa ter um projeto que inclui ainda energia de qualidade, política tributária estável e mecanismos de atração e manutenção e empresas, questões que foram colocadas em prática com louvor pelo Ceará. Na próxima reportagem, empresários piauienses falam da expectativa com o Porto Seco e como e cenário econômico pode mudar.
Com investimento de R$ 8 milhões, que já foi garantido pelo Governo do Estado, o Porto Seco de Teresina está em processo de licitação e as obras da primeira fase devem iniciar ainda este ano, com previsão de conclusão no 1º semestre de 2017.
A seguir, conheça a estrutura dos portos que o Piauí mais depende e como suas estruturas são essenciais para o desenvolvimento:
Localizado a 544 km de Teresina, o Porto do Pecém é um terminal portuário da costa do Nordeste brasileiro localizado no estado do Ceará, dentro da Região Metropolitana de Fortaleza, no município de São Gonçalo do Amarante. Suas obras foram iniciadas em 1996 e foi concluída e 2002.
A condição geográfica de Pecém, com o menor tempo de trânsito entre o Brasil, os Estados Unidos e a Europa, média de 7 dias para chegar ao destino, funciona como um dos atrativos para conquistar os armadores e impulsionar as exportações brasileiras. Sua carga anual em 2011 era de 3,4 toneladas.
É uma das opções para envio da produção da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba e também deve ser interligada ao Piauí pela Trasnordestina para escoamento da produção mineral do Piauí.
Porto do Itaqui é um porto brasileiro localizado na cidade de São Luis, no estado do Maranhão. O porto é nacionalmente conhecido por ter uma das maiores amplitudes de maré do Brasil (atrás apenas da Ilha de Maracá), chegando a aproximadamente oito metros.
A construção se iniciou em 1966 e inaugurado em 1972.
As condições de navegabilidade são boas em razão de as profundidades naturais de acesso serem elevadas, bem como a largura do canal. Sua carga anual era de 15,3 milhões de toneladas em 2013. Também é uma opção para envios da produção da ZPE de Parnaíba.
O Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Guedes, mais conhecido como Porto de Suape, fica localizado a 1.156 km de Teresina. É um porto brasileiro localizado no estado de Pernambuco, entre os municípios do Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Seu projeto foi baseado na integração porto-indústria tendo como exemplo portos bem sucedidos da França e Japão.
Em 1974 houve o lançamento da pedra fundamental e em 1983 foi inaugurado. Sua carga anual era de 12,8 toneladas em 2013.
Destaca-se com sendo o maior porto do Norte/Nordeste brasileiro e em vias de tornar-se o segundo maior do país. Sua área de influência abrange toda a área dos estados de Pernambuco, Alagoas e da Paraíba, além de parte do Rio Grande do Norte, Ceará e interior do Maranhão.
Também é utilizado por empresas piauienses tanto para exportação como importação de produtos. Também será interligado ao Piauí pela Transnordestina.
Fonte:180/Jhone Sousa