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Portos estão despreparados para os turistas da Copa

Estudo revela problemas de infraestrutura em todos os terminais de cruzeiros marítimos do país
Movimentação de turistas no Píer Mauá, Rio de Janeiro

Estudo da Abremar (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), divulgado no começo desta semana, e entregue à Secretaria Especial de Portos, traz um amplo diagnóstico dos portos brasileiros, com foco na situação da infraestrutura oferecida para o turismo de navios no país.

O levantamento revela que a estrutura atual dos portos é deficiente e tímida para atender adequadamente aos turistas de cruzeiros. Indica, também, que sem investimentos, esse quadro deve se complicar ainda mais nos próximos anos, sobretudo quando as viagens por mar forem a opção de milhares de turistas, brasileiros e estrangeiros, que virão para a Copa de 2014 e para a Olimpíada de 2016.

Esta situação preocupante já foi assinalada pelo Portal 2014, no final do ano passado, na série de reportagens que constatou in loco muito dos problemas nas instalações e serviços dos terminais de passageiros em oito cidades-sede do Mundial:

Fortaleza
Natal
Porto Alegre
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
Santos

Recomendações da Abremar
Além de detalhado levantamento dos problemas, a Abremar faz recomendações aos governantes sobre melhorias e investimentos considerados necessários. Abaixo, o resumo do estudo, focado na situação dos terminais das cidades-sede da Copa.

Fortaleza
O terminal de passageiros do Porto de Mucuripe tem capacidade limitada de embarque/desembarque. Falta infraestrutura (check-in, Raio X de bagagem, sala de espera) e há poucos ônibus para o transporte de passageiros. O porto é desabrigado, e filas se formam quando o navio atraca além dos limites do terminal. A entidade sugere que a atracação seja feita de preferência em frente ao terminal. Um sério risco para os hóspedes dos navios, e que exige obras urgentes, são os buracos que ocupam o costado dos navios (à beira do cais). O estudo recomenda novas defensas (estruturas que protegem o píer do choque das embarcações) e a implantação de um quebra-mar. E ainda que a Secretaria de Turismo organize uma aproximação entre as companhias de cruzeiros (armadores) e os prestadores de serviços (taxistas, operadores locais, guias).

Natal
Com cerca de 30 navios por temporada, Natal não tem um terminal específico para passageiros, e utiliza um galpão para o embarque/desembarque dos passageiros. Para melhorar o atendimento dos turistas que virão para a Copa de 2014, a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) tem um projeto de terminal desenvolvido, orçado em R$ 40 milhões (PAC 2). Sem esta estrutura, utiliza-se ônibus e vans para conduzir os passageiros que desembarcam até os limites do porto. Outro problema são os riscos na passagem dos navios sob uma ponte ali existente. A Abremar sugere estudos de viabilidade de dragagem da margem em frente ao cais para permitir a movimentação de embarcações de grande porte.

Porto Alegre
Não há estrutura receptiva para o turismo de cruzeiros na capital gaúcha. Mas há um projeto para um terminal portuário turístico, embora sem previsão de obra e conclusão. A pesquisa recomenda à Secretaria de Turismo e à autoridade portuária iniciarem um trabalho de desenvolvimento para este setor. Em frente ao píer, é preciso um estudo para dragagem, a fim de comportar navios de maior porte (a partir de 7,3 metros), já que as profundidades no cais são bastante inferiores aos calados destes navios.

Recife
Destino de vários cruzeiros transatlânticos, a cidade do Recife tem forte apelo turístico, mas a estrutura do terminal de passageiros existente não condiz com esta demanda, e é limitado o número de passageiros atendidos. O Terminal Nelcy Campos, localizado no Marco Zero, está em reforma e foi substituído por uma estrutura provisória, montada próximo ao cais. O atendimento é cordial e cooperativo, mas a tarifa é alta para a estrutura física disponível no local. Há o projeto do novo terminal no Armazém 7 (depende de verbas do PAC). O projeto deve contemplar estudo para dragagem em frente ao pier, a reforma no costado e a colocação de novas defensas.

Rio de Janeiro
Destino de muitos cruzeiros transatlânticos, o porto do Rio de Janeiro não tem a infraestrutura que seria necessária. O transporte de passageiros é por ônibus ou vans (sistema shuttle) para aqueles navios atracados além do terminal. Não funciona bem, e é comum os hóspedes terem de aguardar no pier, debaixo de chuva. A área hoje utilizada como estacionamento será interditada para uma reforma, e os carros de passageiros e ônibus de excursão que utilizam o local precisarão de uma área alternativa para parada. Confusão e desconforto resultam do fato de o porto não possuir área de espera para passageiros e visitantes. Mesmo no atual espaço do terminal, seria possível, diz o estudo, alargar a calçada de entrada ao porto, para a construção na área de um salão de espera. Outra sugestão é permitir a entrada dos carros na área entre os Armazéns 1 e 2 para o desembarque seguro das malas e dos passageiros.

Salvador
Quinto lugar em número de escalas no Brasil, o porto de Salvador (Codeba) tem um terminal de passageiros pequeno e com estrutura deficiente, e precisa ser ampliado. Hoje a comunicação visual e a estrutura de apoio no embarque/desembarque é feito pelas companhias marítimas. Há grande dificuldade de movimentação de ônibus para hóspedes em trânsito, principalmente para escalas de transatlânticos. Falta limpeza no local, com reclamações constantes dos visitantes. A entrada dos ônibus de turismo é dificultada pela autoridades do porto, e a operação de embarque e desembarque de cruzeiros é difícil: falta espaço no terminal para a entrega das malas e para a movimentação de check-in, o que provoca filas no lado de fora do terminal. Os passageiros aguardam sob o sol, com riscos de assaltos. Falta organização e controle de segurança, dentro e fora do terminal. A solução seria o projeto de um novo terminal de passageiros, que oferecesse a estrutura para embarque/desembar que tornaria o porto local estratégico para cruzeiros na costa da região Nordeste.

Santos
O Terminal Marítimo Concais tem boa infraestrutura do terminal, mas a grande quantidade de navios que atracam no porto - mais de 3 navios de médio e grande porte no mesmo dia - a torna deficitária. Há problemas com o número de passageiros, que é muito grande, e os salões de espera muitas acabam sendo utilizados para o embarque e/ou desembarque. A Concais realiza obras de ampliação dos salões, o que deve melhorar esta situação. Na área externa do terminal de passageiros o tráfego é intenso e desordenado, e as bagagens ocupam a área destinada aos pedestres dentro do terminal. Faltam placas de sinalização e funcionários para agilizar a entrada de visitantes. O estudo da Abremar recomenda a ampliação do terminal (um 2º pavimento); um “bolsão” para ônibus turísticos de passageiros; colocação de defensas junto ao cais; ampliação do terminal de bagagens e colocação de “lockers” para segurança das bagagens.

Fonte:Regina Rocha - São Paulo

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