O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), foi o coordenador no Rio Grande do Sul da campanha da presidente eleita Dilma Rousseff. Em entrevista ao jornal NH ele garantiu que a primeira presidenta do Brasil ira dar sequência as obras e projetos do Governo Lula. E entre estes projetos Vanazzi citou a implantação de portos no Caí e Montenegro, além de São Leopoldo. "É um tema que estamos trabalhando", afirmou Vanazzi, que é um dos interlocutores da presidente eleita.
A declaração agradou muito o prefeito do Caí, Darci Lauermann (PMDB), que foi um dos coordenadores da campanha de Dilma na região. Darci lembra que participou de uma reunião com Vanazzi, em São Leopoldo, onde foi tratado o tema dos portos. No encontro estavam presentes autoridades estaduais e federais, técnicos e empresários interessados em investir no setor da navegação.
Lauermann acredita que uma nova reunião deverá ocorrer para que o assunto seja tratado com mais detalhes. O prefeito caiense entende que deve ser criada uma estrutura que permitirá revitalizar a navegação no rio Caí, impulsionando o desenvolvimento no município e na região. Ele lembra que o transporte fluvial é bem mais barato e as rodovias estão congestionadas e precárias, além dos problemas com acidentes, pardais e pedágios. "Seria muito promissor", diz, citando que grande empresas, como a Oderich, poderiam utilizar a navegação para transportar seus produtos. Além disso, impulsionaria o turismo na região e também poderia ser utilizado para o transporte de passageiros.
O Fato Novo e também o cluster Vale do Caí (blog na internet) tem destacado a importância da volta da navegação para a região. O prefeito de Pareci Novo Oregino José Francisco (PDT) é outro defensor deste projeto. Como presidente do Consórcio Intermunicipal do Vale do Caí (CIS-Caí), ele lembra que encaminhou junto a Ary Vanazzi, o qual preside o Consórcio do Vale do Sinos, o projeto da navegabilidade no rio Caí. Além de alavancar a economia e o transporte, Oregino ressalta o aproveitamento turístico, a formação de corredores ecológicos, recuperação das margens do rio e repovoamento de peixes. "Vamos buscar a parceria com os Governos Estadual e Federal", diz, pedindo a união dos prefeitos e a mobilização de toda a região. Para Oregino, o maior beneficiário seria as grandes empresas, pois iria baratear o transporte, gerando mais empregos e renda.
O secretário municipal de indústria, comércio e turismo de Montenegro, Dario Colling, informa que o novo plano diretor do município já contempla um porto fluvial. Para Colling, isso irá facilitar a atração de novos investimentos. Um novo porto poderá interligar com outros pontos do Estado e do país, como o porto marítimo de Rio Grande. Ele cita o exemplo do terminal Santa Clara, no rio Jacuí, utilizado por empresas do Pólo Petroquímico de Triunfo desde 1983.
Dario cita que o atual cais do porto de Montenegro não tem grande estrutura, sendo hoje um patrimônio histórico e utilizado apenas para o transporte de areia. Lembra ainda que uma das dificuldades é a ponte de ferro da rede ferroviária existente em Nova Santa Rita.
Como é uma ponte muito baixa, impossibilita a passagem de grandes embarcações pelo rio Caí. Já foi encaminhado estudo a Brasília e na Superintendência de Hidrovias do Estado para a instalação de uma ponte móvel, como a existente sobre o Guaíba, em Porto Alegre.
Especialistas destacam que o rio Caí tem as melhores condições no Estado para ser utilizado pela navegação. O custo de transporte, por hidrovia, é considerado cinco vezes menor do que de uma ferrovia (trem) e 22 vezes inferior ao rodoviário (caminhão). Grandes navios permitem o transporte do equivalente a 250 conteineres (carretas) de uma só vez. Isso mostra a economia que pode ser feita através da navegação, um transporte ainda pouco utilizado e que pode representar um grande progresso.
Fonte: Fato Novo
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