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Praticagem afirma que não foi informada sobre caso de coronavírus em navio que atracou no Porto de Santos

O serviço de Praticagem do Estado de São Paulo, responsável por auxiliar na manobra de entrada de navios no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, disse que não foi informado sobre o tripulante de uma embarcação, que atracou na sexta-feira (17), que testou positivo para o novo coronavírus. Sem a informação, o prático subiu ao navio apenas com proteção básica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que não é atribuição dela fazer a comunicação aos práticos.

O navio "NM Saldanha" registrou um caso de Covid-19 em um de seus tripulantes. Segundo a Anvisa, a embarcação, que atracou no Porto de Santos, foi colocada em quarentena de 14 dias a partir de sexta-feira (17). Agora, o navio está fundeado na entrada da Baía de Santos.


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O "NM Saldanha", que chegou para o embarque de 63 mil toneladas de soja a granel, tem 20 tripulantes a bordo e todos foram testados durante uma inspeção da Anvisa. A inspeção foi realizada após o relato de que um tripulante apresentava tosse persistente. O tripulante com sintomas deu negativo no teste, mas outro deu positivo.

Em entrevista à TV Tribuna, o presidente da Praticagem, Carlos Alberto Souza Filho, disse que o prático levou um susto quando foi informado pelo comandante do navio que havia um caso suspeito a bordo.

"O prático ficou muito surpreso, por que o comandante disse que ainda não havia sido concedida a Livre Prática e que ela só seria concedida após toda embarcação ser testada. A Anvisa avisou que iria testar toda a tripulação."

Ainda de acordo com o presidente, o tripulante do navio que foi confirmado com Covid-19 nos testes feitos pela Anvisa estava circulando livremente pela embarcação.

"Ou seja, o prático poderia ter ido muito mais bem equipado, preparado, se soubesse que havia alguém contaminado a bordo. Mas o protocolo previsto pela Anvisa, o Plano de Contigência, não foi ativado. Então ele foi só com a proteção básica, luvas de látex e máscara."

A Praticagem já pediu à Anvisa que fiscais subam no navio antes do prático, quando a embarcação ainda estiver na barra, mas até agora não foram atendidos. O profissional que subiu a bordo foi afastado até que exames comprovem se ele está ou não contaminado.

"Está fora da escala de serviço, em quarentena até que consiga realiza um teste que confirme que ele está livre de contaminação. Ele pode ser um vetor para toda a comunidade."

O presidente da Praticagem ainda fez um alerta sobre os riscos que isso represente para os trabalhadores do Porto. "Se a cada problema de informação desse, ou de desinformação, nós tivermos que afastar alguém da escala, isso pode prejudicar a fluidez do Porto, ou seja, do serviço que prestamos aqui para que todas as mercadorias, insumos, fluam normalmente e o comércio brasileira tenha continuidade."

Em nota, a Anvisa respondeu a reclamação da Praticagem sobre a vistoria no navio antes da atração. A agência reguladora disse que as inspeções são feitas em embarcações atracadas, por determinação da Agência e tendo em vista os riscos operacionais e dificuldades logísticas da inspeção de navios na barra e que não há justificativa técnica ou de saúde para que sejam feitas inspeções antes do navio atracar. Por fim, a Anvisa destacou que não é atribuição dela fazer a comunicação direta aos práticos.

Esse é o segundo navio no Porto de Santos a ter casos confirmados do novo coronavírus. O navio de cruzeiros Costa Fascinosa está em quarentena desde o dia 19 de março na cidade. A embarcação já tem 30 casos confirmados do novo coronavírus, contando os tripulantes já desembarcados e os que permanecem no navio.

O médico de 70 anos que foi desembarcado do navio Costa Fascinosa após ser encontrado desmaiado dentro de uma cabine morreu nesta quinta-feira (16). Ele estava internado há 12 dias com a doença.

Fonte: G1






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