A colheita da soja no Paraná termina nesta semana com os preços em leve baixa na comparação com os números dos últimos meses. A cotação média ao produtor estava ontem a R$ 41 no interior do estado, chegando a R$ 42 em Ponta Grossa, a praça mais valorizada. Os produtores receberam R$ 2,3 a mais que isso em março e R$ 2,5 além do preço atual em fevereiro e janeiro.
Por outro lado, numa safra de clima imprevisto mas melhor que o esperado, o mercado se mostrou relativamente estável, fazendo com que os produtores ainda acreditem em altas e guardem parte da colheita. Isso ocorre no Paraná e nas demais regiões produtoras que não estão com a produção comprometida.
A previsão é que a safra nacional renda US$ 50 bilhões, sendo US$ 21 bilhões com exportações. O Paraná é responsável por 20% do volume produzido no país e pratica cotações médias, ou seja, também deve ter renda considerável a partir das lavouras da oleaginosa.
Os preços subiram em plena colheita e agora mostram retração, favorecendo quem vendeu no auge dos trabalhos no campo. Mato Grosso chegou a vender dois terços da produção antes da colheita. No Paraná, perto da metade da produção ainda não foi vendida. Ou seja, o rendimento da safra pode ser acertado que o de Mato Grosso, mas ainda segue indefinido.
Apesar de leve, a desvalorização da soja preocupa produtores de estados como Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, que enfrentaram perdas por excesso de chuva. As cotações locais estão 10% abaixo das esperadas, partindo de R$ 37 por saca.
Pausada pelo clima, a safra teve menos problemas logísticos relacionados a armazéns e rodovias que o anunciado. As chuvas impediram a colheita contínua e fizeram com que a produção fosse escoada aos poucos. A fila de navios no Porto de Paranaguá, que acumulava 30 embarcações três semanas atrás, agora concentra 21, conforme a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).
Na avaliação da Expedição Safra Gazeta do Povo, que percorreu 12 estados produtores de grãos, a colheita atinge 70,79 milhões de toneladas de soja, com incremento de 5,1% na produção. No Sul do país, o avanço é de 7%, chegando a 26,29 milhões de toneladas.
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