A redução da produção brasileira de soja nesta safra 2011/12 e os reflexos dessa quebra nos prêmios pagos pelo grão e seus principais derivados (farelo e óleo), nos portos do país, deverão resultar em queda expressiva das exportações do complexo em 2012.
De acordo com novas estimativas da Safras & Mercado, o volume dos embarques deverá ficar em 48,6 milhões de toneladas, dividido entre grão (32,2 milhões), farelo (14,9 milhões) e óleo (1,5 milhão), ante as 49,1 milhões calculadas pela consultoria para o ano passado. A receita total obtida com as vendas deverá atingir, conforme a Safras, US$ 21,8 bilhões, quase 10% a menos do que em 2011.
Em suas mais recentes projeções, divulgadas no início de janeiro, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) trabalha com vendas ao exterior de 50,3 milhões de toneladas entre grão (34 milhões), farelo (14,7 milhões) e óleo (1,6 milhão), ante 49,3 milhões em 2011. Para a receita total, a entidade prevê US$ 21,1 bilhões em 2012, contra US$ 23,8 bilhões no ano passado.
Dadas as novas correções para baixo nas projeções para a colheita neste ciclo, em virtude da estiagem provocada pelo La Niña nos Estados da região Sul, a expectativa é que a Abiove também ajuste para baixo seus números para as exportações nos próximos dias.
Nesse contexto, e levando-se em consideração que a estiagem também prejudica plantações na Argentina, no Paraguai e em outros países da América do Sul, a respeitada publicação alemã "Oil World" elevou em 1,6 milhão de toneladas, para 10,6 milhões, sua projeção para os embarques americanos de soja entre os meses de março e agosto deste ano.
Toda essa conjuntura tem colaborado para sustentar as cotações internacionais do grão. Ontem, na bolsa de Chicago, os contratos com vencimento em maio fecharam a US$ 13,1250 por bushel, ganho de 10 centavos de dólar em relação à véspera. Com isso, a valorização acumulada desses papéis em 2012 chegou a 8,67%, de acordo com cálculos do Valor Data.
Fonte: Valor Econômico/Fernando Lopes | De São Paulo
PUBLICIDADE