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Projeto de mineradora é base para construir ferrovia

A Bahia Mineração (Bamin) é a empresa âncora do complexo logístico intermodal do Porto Sul e representa um dos pilares da chamada gestão pública e privada compartilhada - que, além da companhia, inclui os governos estadual e federal. Criada para o projeto de exploração de minério de ferro de Caetité (oeste da Bahia), tem seu capital dividido igualmente entre a Eurasian Natural Resources Corporation, a sexta maior mineradora do mundo, com sede no Cazaquistão, e o grupo indiano Pramod Agarwal.

A Bamin já está instalada no Estado, emprega 146 pessoas na fase inicial e deve iniciar suas operações no quarto trimestre de 2012. "Vemos grande potencial para o desenvolvimento econômico das cidades envolvidas. Trata-se de uma proposta de crescimento sustentável", afirma Clóvis Torres, vice-presidente da Bamin.

A companhia planeja exportar toda a produção - "pelo menos no começo", segundo Torres. Com investimento de US$ 1,6 bilhão, a empresa pretende gerar 1,8 mil empregos diretos. Destes, 1,3 mil serão na mina em Caetité. O projeto inclui postos de trabalho na área da ferrovia, operação de vagões e locomotivas, além da operação portuária. "Já estamos presentes onde vamos atuar e iniciamos projetos sociais com foco na formação de mão de obra e geração de renda. É importante que as comunidades nos conheçam."

Entre os projetos, está o Transformar, em parceria com o Instituto Aliança. O objetivo na primeira fase é capacitar mais de 200 moradores nas comunidades ilheuenses da Ponta da Tulha, Ponta do Ramo, Retiro e Ponta do Mamoan. Os beneficiados são jovens e adultos que buscam inserção no mercado de trabalho. O Transformar traz cursos como o de instalador polivalente (que inclui matérias como hidráulica e instalações elétricas) e prepara jovens para atendimento em estabelecimentos de turismo. "Queremos formar mão de obra qualificada para a região, criando possibilidades reais de geração de renda", explica Solange Leite, diretora do Instituto Aliança.

A Bamin tem orçamento de US$ 35 milhões para projetos de responsabilidade social e ambiental. "Sabemos que a atividade de exploração mineral é agressiva ao meio ambiente. Por isso, trabalhamos na minimização dos impactos", afirma Torres. Como exemplo, ele cita as instalações em Ilhéus, onde ficarão concentradas as áreas de estocagem, apoio logístico e embarque de minério. "Do total de 500 hectares reservados para o projeto, vamos utilizar apenas 80. A ideia é apoiar iniciativas de preservação e recuperação de áreas que já estão degradadas."

Na região de Ilhéus, os cuidados também são tomados para o acesso do minério às embarcações. No terminal de embarque, a ordem é evitar a dissipação do minério de ferro. Para conseguir isso, a empresa aposta em uma correia de transporte totalmente coberta de 3,5 quilômetros, que vai do local de estocagem até o porão do navio. A tecnologia protege a matéria-prima de chuvas e vento.

Outra medida está na criação de um cinturão verde, em volta do pátio de estocagem. O retroporto prevê a construção de uma estação de tratamento de esgoto, a instalação de caixas separadoras de água e óleo e sistema automático de abatimento de pó, que irá lançar água regularmente sobre a pilha de minério, para manter o produto úmido. Essa mesma água, que é água da chuva, será tratada e reaproveitada.

A mineradora é o principal projeto que vai viabilizar a construção da Ferrovia Oeste-Leste, na qual estão previstos aportes públicos de R$ 4,5 bilhões só no trecho baiano. Segundo o governo do Estado, estima-se fluxo de até 50 milhões de toneladas/ano de minério de ferro, além de a ferrovia permitir o escoamento de grãos. As oportunidades podem surgir ainda para o transporte de carvão mineral, cimento, etanol, madeira de reflorestamento, papel e celulose, entre outros. De certo, há a demanda da Bamin, o que já é suficiente para viabilizar a construção da ferrovia. "A ligação vai beneficiar também a indústria de biodiesel, que está crescendo na Bahia", comenta Torres.

Pelas projeções da empresa, a capacidade de produção da mina em Caetité é de 18 milhões de toneladas por ano, durante 20 anos. Como o minério descoberto nessa região é de baixo teor de concentração (42%), a Bamin terá de beneficiá-lo na região de Caetité para aumentar o teor para 68%. Por conta disso, a exploração exigirá a construção de uma adutora, a de Malhado Seco, com 150 quilômetros de extensão, ligando o rio São Francisco à mina.

Para compensar a água que vai tirar do velho Chico, a Bamin realizará, junto com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a ampliação de um reservatório, além de construir uma adutora para levar água à população e canalizar o insumo para a mina. "Há uma sinergia benéfica no trabalho conjunto do governo e da iniciativa privada, com impactos positivos para a população", conclui Torres.(Fonte: Valor Econômico/ Ediane Tiago, para o Valor, de Salvador)

 

 

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