As obras do Porto do Açu, projeto da LLX em São João da Barra, no norte do Estado do Rio, sofreram ontem nova paralisação. É a segunda vez em menos de 30 dias que os trabalhos de construção do porto privativo são interrompidos. A parada aconteceu por causa de protesto de produtores rurais que bloquearam estrada de acesso ao porto para protestar contra desapropriações de terrenos no entorno.
No fim de março, os trabalhos já haviam sido suspensos por alguns dias por greve de trabalhadores do consórcio responsável pelas obras. Ontem, cerca de cem manifestantes incendiaram pneus e bloquearam o principal acesso ao porto. O vice-presidente da Associação dos Produtores Rurais e Imóveis de São João da Barra, Rodrigo Santos, disse à Agência Brasil que as desapropriações estão sendo feitas aleatoriamente, sem acordo prévio com os donos dessas áreas.
A manifestação se concentrou no 5º distrito de São João da Barra, onde estão sendo feitas desapropriações para criação do distrito industrial do porto do Açu. Nesse distrito está prevista a instalação de siderúrgicas e de outras indústrias. Segundo a LLX, a manifestação não afeta o cronograma das obras, que estão adiantadas. O início das operações está previsto para 2012. A empresa informou que os responsáveis pela segurança do Açu orientaram os funcionários a ficar em casa ou nos alojamentos, ontem, para evitar problemas com os manifestantes. Há 2.240 trabalhadores nas obras do Açu.
A Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), que responde pela desapropriação, informou que propôs fazer reunião hoje com os manifestantes. A Codin informou que o processo de desapropriação da área do 5º distrito vem sendo realizado dentro do rito judicial legal, com os valores referentes aos lotes depositados em juízo. A LLX disse que a volta ao trabalho no Açu depende do entendimento entre os manifestantes e a Codin.
Segundo a Codin, "as imissões na posse, iniciadas há pouco mais de um mês, têm sido realizadas respeitando as benfeitorias existentes nas áreas desapropriadas, inclusive com suporte aos proprietários para a retirada e a acomodação de eventuais rebanhos que estiverem no local". Para a implantação do distrito industrial, será desapropriada área de cerca de 70 mil hectares.
(Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes e Rafael Rosas/Do Rio/Com agência Globo).
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