Assim como no porto, em seu entorno, as obras dão vida à economia de cidades como Caucaia e São Gonçalo
Cerca de R$ 8 bi estão sendo investidos no Pecém e em seu entorno, gerando empregos na construção e serviços
O crescimento industrial até tardou, mas agora parece ter puxado a marcha. O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) possui hoje apenas oito indústrias, mas a quantidade de tratores, caminhões e operários de construção presentes no local mostra que essa realidade deve mudar em alguns anos.
Após garantida a vinda dos dois principais projetos estruturantes esperados desde a criação do complexo, a siderúrgica e a refinaria, vão surgindo, então, inúmeras obras de infraestrutura e de instalação de novos empreendimentos nos arredores do porto, gerando empregos e mobilizando a economia local. "A inércia do Pecém foi vencida. Não temos mais como falar que o Pecém é uma estrutura ociosa", afirma o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Antônio Balhmann. Segundo ele, não é possível comparar a realidade do complexo com a de Suape, em Pernambuco, por exemplo. "Lá, eles têm 30 anos. Nós temos sete (levando em consideração a criação do porto), ainda estamos começando, e agora é pra valer", diz.
Localização
"O Pecém é uma das macro localizações mais importantes do Brasil, pela infraestrutura disponível e pela localização estratégica, próxima dos polos consumidores da Europa e Estados Unidos", defende. Balhmann esclarece que a arrancada do complexo industrial se deu, especialmente, pelos investimentos realizados em sua "espinha dorsal", que é o porto, em ampliação, e que já se posiciona de maneira forte perante outros portos do Brasil.
O Terminal Portuário do Pecém é o maior exportador de frutas do Brasil. O porto passa pelo maior projeto de ampliação desde sua fundação, em 2002. Com a criação do Terminal de Múltiplo Uso (Tmut), a expectativa é elevar o número de operações, dotando-o de estrutura para trabalhar com outros produtos. A obra, em andamento, envolve grandes investimentos que atraem fornecedores, além de centenas de operários que vão mexendo com a economia de cidades próximas.
Investimentos
Assim como no porto, em seu entorno as inúmeras obras dão uma nova vida ao local. São cerca de US$ 8 bilhões sendo investidos atualmente com todas as indústrias e infraestruturas que estão sendo criadas no complexo, segundo aponta o presidente da Adece. Pontos de entrega de gás, uma nova subestação de energia, a instalação de esteiras para carregamento de minério, termelétricas, uma nova cimenteira são equipamentos que já começam a ser implantados no CIPP. A quantidade de obras reflete-se, diretamente, na de empregos gerados na região. Com mais emprego, mais renda circula nas cidades do entorno, movimentando inúmeros comércios e serviços que vão se fortalecendo por lá, iniciando uma nova fase econômica para os municípios de Caucaia e São Gonçalo, em especial. O reflexo, entretanto, repercute em todo o estado.(Fonte: Diário do Nordeste/CE/SÉRGIO DE SOUSA)
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