O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) confirmou em seu primeiro levantamento realizado após a colheita que a atual temporada acumula mais dois recordes. Além de contabilizar a maior produção da história da cultura no Estado, 20,5 milhões de toneladas, houve ganho em produtividade. A média de rendimento de 53,5 sacas por hectare plantado revela um adicional de mais três sacas sobre a média local “consagrando essa safra como a de maior rendimento já obtido”. Fora o ganho no rendimento, Mato Grosso – que é o maior produtor da oleaginosa no Brasil – é o único Estado produtor a romper a barreira das 20 milhões de toneladas.
O Imea destaca que todos os recordes contabilizados nesta safra foram atingidos diante de um período ruim para a cultura, sob fortes e intensas chuvas. “E se não tivesse chovido?”, questiona o Boletim da Soja do Imea, divulgado ontem. E completa: “Esse resultado foi alcançado mesmo com os danos causados pelas chuvas ao potencial produtivo no decorrer da colheita. Com isso, na safra 10/11 o Estado plantou uma área de 6,4 milhões de hectares com soja e colheu, assim, 20,5 milhões de toneladas do grão. Houve um crescimento de 9,3% na produção em relação à safra 09/10 que reafirmou o Estado como maior produtor da oleaginosa do país. A atual produção mato-grossense de soja equivale à produção brasileira de 19 anos atrás e representa 8% da produção mundial da safra 10/11”.
A região médio norte obteve produtividade acima da média contabilizada ao Estado nesta safra: foram 55,6 sacas por hectare e foi a única a superar a performance mato-grossense. Dentre as sete regiões estaduais que o Imea considera, a médio norte se consolidou novamente como a maior produtora de soja do Estado. Foram 8,58 milhões de toneladas, 41,7% do total produzido de soja em Mato Grosso.
A segunda região produtora foi a sudeste, com 4,71 milhões de toneladas, seguida pela a região oeste, com 2,80 milhões de toneladas. A oeste se destaca ainda pelo aumento na produtividade, de 9,8% em relação à safra passada. “Mas cabe ressaltar que este aumento foi expressivo, pois, mesmo em meio às chuvas que atingiram a região no período de colheita afetando a produtividade em parte dela, o dado compara com a produtividade da safra anterior em que os danos climáticos formam ainda mais severos”, aponta o Boletim.
EXPORTAÇÕES - O principal porto a embarcar soja mato-grossense é o de Santos, que no primeiro trimestre deste ano embarcou 60% da soja exportada do Estado, mesmo percentual obtido em 2010. O porto de Paranaguá embarcou 13% dos grãos, três pontos percentuais a mais que no mesmo período em 2010. Com o mesmo aumento, o porto de Santarém embarcou 11% neste trimestre, passando a ser o terceiro porto a escoar o grão este ano.
MILHO - Demanda sólida por etanol de milho e oferta do cereal imprecisa no mundo são uma combinação que anima os produtores e que tem elevado a participação do Brasil neste mercado. O reflexo disso é o volume de vendas do milho safrinha. O grão que ainda segue em desenvolvimento nas lavouras fechou abril com 38,4% da produção – estimada em 7,56 milhões de toneladas – comercializado. O ritmo supera de longe os 9,9% vendidos em igual período do ano passado, uma diferença de 28,5 pontos percentuais.
Fonte: Diário de Cuiabá/MARIANNA PERES
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