Desaceleração da economia afeta vendas de equipamentos para sinalização náutica em 2014 >> As vendas de equipamentos de sinalização náutica ficaram abaixo das expectativas em 2014. Assim como outros segmentos, os fornecedores sentiram impacto da desaceleração da economia brasileira. Além disso, os projetos de expansão da navegação interior e do setor portuário ainda não se confirmaram. Os empresários esperam que essas novas demandas comecem a se concretizar em encomendas nos próximos dois anos. Por enquanto,
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quem está sem contratos relevantes para fornecimento e instalação de equipamentos em novos projetos sobrevive com manutenção e substituição dos sinais. A diversificação das vendas e serviços também continua sendo opção para essas empresas se manterem nesse mercado.
A Sul Marítima, que comercializa boias da marca Allo, vende equipamentos de sinalização para portos, hidrovias e hidrelétricas. O diretor da empresa, Henrique Lotito, reconhece que os negócios ainda não estão na escala desejada e conta que as vendas estão mais concentradas em produtos de pequeno e médio porte. A empresa observa os primeiros sinais de retomada, porém reconhece que esse processo é lento. Lotito acredita que o ano de 2015 será melhor que 2014 e que o país ainda passará por adaptações ao novo governo, independente do vencedor das eleições. “2016 será um ano interessante e vai determinar o futuro do Brasil”, avalia Lotito.
A Arbo Signal, representante da norte-americana Tideland, também tem perspectivas positivas para 2015. O diretor da empresa, Marcel Tetu, diz que alguns projetos engatilhados ou que estavam em estudo do setor de infraestrutura não se concretizaram em 2014, afetados pela Copa do Mundo e pelas incertezas em torno das eleições presidenciais. Ele observa que a Secretaria de Portos (SEP) está confiante de a Lei 12.815/2013 aumentar a atratividade de investimentos privados, o que, teoricamente, pode impulsionar a sinalização náutica.
Tetu também observa tentativa das companhias docas melhorarem a segurança da navegação, aumentando a sinalização náutica nos portos e adquirindo tecnologia avançada, desde equipamentos de comunicação para monitoramento de sinais, como AIS (Sistema de Identificação Automática, em português), até produtos para monitoramento de condições oceanográficas e meteorológicas. “Vários portos têm comentado necessidade de fazer esse tipo de monitoramento paralelo à sinalização para ter condição de navegação e aproximação dos navios com a maior segurança possível. A sinalização náutica deve ser encarada pelas autoridades como cartão de visita do porto”, destaca Tetu.
A Arbo Signal já forneceu lanternas para reposição em portos como Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC), Rio Grande (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Itaguaí (RJ). No porto do Açu (RJ), a empresa entregará um conjunto de lanternas com AIS e sistema de monitoramento de sinais via GSM (sinal de celular). “Todas as lanternas estarão providas de AIS interno e unidade de GSM para monitoramento de sinais”, explica Tetu. O lançamento das primeiras boias está previsto para ocorrer ainda em 2014. Nesse contrato, por meio de parceria, as lanternas da Tideland, fornecidas pela Arbo, serão instaladas em cima de boias articuladas da empresa Umi San.
A Intergroup atua há mais de 15 anos no setor de sinalização náutica através da Intermarine, que representa a Mobilis (estruturas fixas e flutuantes para sinalização náutica) e a Carmanah/Sabik (lanternas e sistemas de monitoramento). A empresa avalia que o momento é muito favorável e enxerga oportunidades, tanto em novos empreendimentos como em portos e terminais já estabelecidos que precisarem oferecer melhor atendimento ao armador, cada vez mais exigente com relação à segurança e agilidade nas operações.
O presidente da Intergroup, José Passos Jr, defende incentivos para o estabelecimento de empresas com tecnologia de ponta no Brasil. Ele acredita que isso reduziria a dependência das importações neste mercado. A Intermarine oferece sinalização náutica através de energias renováveis como painel solar, lanternas a LED e boia de sinalização. Entre seus principais clientes estão Petrobras, Vale, Marinha e as administrações portuárias. “O leque se abre com os novos terminais que estão em fase de implantação, além das modernizações dos sistemas de portos e hidrovias”, projeta Passos.
Ao contrário das demandas para construção portuária e serviços de mergulho, a Belov Engenharia não vem recebendo a mesma procura na área de sinalização náutica. Atualmente, a empresa baiana realiza alguns serviços de inspeção e manutenção, com a substituição de boias para pintura no terminal aquaviário de Madre de Deus — operado pela Transpetro e principal ponto de escoamento da produção da Refinaria de Mataripe na Bahia, cujos derivados abastecem as regiões Norte e Nordeste.
A Belov aguarda licitação da Petrobras para substituição de boias articuladas no terminal de regaseificação de gás natural liquefeito da Bahia (TRBA) da estatal, localizado na Baía de Todos os Santos, ao sul da Ilha dos Frades. Com a emissão da licença de instalação(LI) do projeto Porto Sul na Bahia, também aumenta a expectativa em relação à contratação de novos serviços, incluindo a sinalização náutica do novo complexo. Antes de a LI ser concedida, uma equipe da Belov já havia estado em Ilhéus, onde o empreendimento será instalado. A empresa continua estudando oportunidades de oferta de serviços para o novo porto.
Enquanto essas demandas não se concretizam, a empresa vem crescendo bastante nos últimos anos na área de batimetria. A Belov investiu em equipamentos e tecnologia multifeixe e realizou serviços em portos como Salvador (BA), Cabedelo (PB) e Recife (PE).
A empresa aposta ainda em sua filial no Rio de Janeiro para serviços de mergulho, área em que tem conseguido se posicionar entre as cinco principais do país. Na construção portuária, a Belov fez parte da fundação do Estaleiro Enseada (BA), cuja obra principal está sendo tocada pela Odebrecht. A Belov também possui sete equipamentos ROVs (Remotely Operated Vehicle), utilizados para levantamentos do leito submarino e para inspeção de estruturas submarinas.
O diretor de obras e serviços subaquáticos da Belov, Juracy Gesteira Vilas-Bôas, explica que a logística para levar barcos e guindastes flutuantes para outros estados eleva os custos e reduz a competitividade da Belov fora da Bahia. Ele diz que no Paraná e Espírito Santo, por exemplo, as empresas locais que atuam com sinalização náutica levam vantagem. “A demanda atual não justifica crescer em outros estados”, avalia Gesteira.
Os fornecedores identificam dificuldades dos gestores de portos e hidrovias em perceber a diferença entre equipamentos que empregam tecnologia de ponta com outros que utilizam tecnologia de menor qualidade. Algumas empresas desse segmento apontam que parte dos portos se preocupa em pagar menos pelos equipamentos, deixando a qualidade e eficiência em segundo plano.
Há relatos de que ainda existem portos empregando lanternas com lâmpadas incandescentes, baterias de descarga contínua e boias de ferro, cujos custos de operação e manutenção são considerados altos. “Imagine uma boia que precisa, a cada dois anos, ser retirada da água, sofrer um tratamento com jato abrasivo, receber cinco ou seis camadas de tinta, inclusive algumas que contaminam a cadeia alimentar marítima e, após quatro ou cinco ciclos de operação, ainda precisam ser descartadas”, diz Passos, da Intermarine.
Enquanto isso, alguns equipamentos de sinalização, como as lanternas, apresentam a cada ano evolução no desempenho eletroeletrônico, ótico, mecânico e em sua comunicação. Passos conta sobre boias de uma de suas representadas que estão no mar há duas décadas sem sofrer qualquer tipo de pintura e mantendo sua cor nas estruturas de alumínio e de plástico. E explica que essas boias precisam de uma lavagem bem feita com hidrojato e voltam imediatamente para a água. Esta lavagem pode ser feita a bordo sem retirar a boia de sua posição.
Para o diretor da Arbo Signal, as melhorias na sinalização devem correr paralelamente aos avanços da infraestrutura do país como um todo. Tetu cita que o Programa Nacional de Dragagem (PND) acarreta investimentos para sinalização náutica, uma vez que após a dragagem é feito balizamento do canal aberto. “As perspectivas em função da situação econômica parecem mais tímidas. O potencial continua sendo bastante grande em função da ‘precariedade’ da infraestrutura como um todo do país”, analisa Tetu.
Para o diretor da Umi San, Airton Rodrigues, o Brasil precisa urgentemente de infraestrutura de transportes para que a economia avance e os setores em crise se recuperem. Apesar disso, ele enxerga um cenário positivo nas vendas de boias nos próximos anos. Rodrigues diz que a demanda vem principalmente do setor privado. “Os portos brasileiros estão ultrapassados para os navios que existem no mundo”, afirma.
A Umi San instalará 28 boias articuladas no porto do Açu, localizado no norte fluminense e considerado um dos portos mais modernos em construção no Brasil. O complexo, que pertence à empresa Prumo Logística, está previsto para entrar em operação ainda no segundo semestre de 2014. Rodrigues diz que as boias são resistentes às severas condições de ventos e ondas da região.
A demanda por sinalização náutica para a Umi San tem se concentrado no Sudeste. Além do porto do Açu (RJ), a empresa já implantou boias no porto de Tubarão e Portocel, ambos no Espírito Santo. A Umi San também participa de algumas licitações para realização de levantamentos hidrográficos em outras regiões do país, onde a demanda por sinalização é mais baixa.
Outra reclamação dos fornecedores continua sendo a tributação. Lotito, da Sul Marítima, defende estímulos para sinalização náutica brasileira já que a prática é importante para segurança da navegação. Ele diz que a Sul Marítima tem buscado otimizar sua produção, desenvolvendo equipamentos para reduzir custos dos produtos.
Para algumas de suas boias, a Sul Marítima utiliza lanternas importadas porque os produtos nacionais ainda estão em aprimoramento. “Tenho notado que a sinalização no Brasil vem melhorando. A Marinha tem sido mais exigente e esse empenho pode nos ajudar a trazer conforto e equilíbrio para o mercado”, analisa Lotito. Ele acrescenta que o dólar em alta — chegou a R$ 2,50 em outubro — torna os produtos nacionais mais competitivos e incentiva a nacionalização dos equipamentos.
Segundo ele, os produtos chineses não conseguem atingir preços competitivos porque os custos de importação no Brasil são muito altos, além da dificuldade de manutenção e reposição de peças problemáticas. Lotito acredita que sua empresa fabrica boias de qualidade no mesmo nível de produtos de qualidade estrangeiros.
A Sul Marítima tem em seu portfólio a venda de boias para sinalização da eclusa de Tucuruí, além de equipamentos para clientes em terminais do Pará. Lotito calcula que a Sul Marítima já fabricou em torno de 15 mil boias, desde pequeno porte até modelos de boias luminosas tipo-1 (BL1). A empresa pretende iniciar em meados de 2015 a fabricação de boias tipo BLE. Ele diz que é preciso diversificar as vendas porque os produtos de maior porte não possuem escala grande. A maior boia dentre as 22 da marca Allo/Sul Marítima possui 1,80 metro de diâmetro e é fabricada em polietileno.
Passos, da Intermarine, enxerga ‘concorrência desleal’ das empresas estrangeiras que trazem ao Brasil materiais de baixa qualidade e que simulam produtos de primeira linha. Ele defende a revisão da Lei de Licitações (8.666/1993). “É necessário que a técnica, e não apenas o preço, seja levado em conta porque senão continuaremos sendo alcançados pelo improviso que coloca em risco não só o trabalho sério, mas também vidas e bens que são transportados por nossas águas”, avalia.
Os fornecedores dizem que os portos engessados pela administração pública não podem empregar diretamente os recursos das tarifas pagas pelos usuários na modernização de seus canais de acesso e pátios. No caso dos terminais privados, as empresas percebem interesse em adquirir equipamentos de ponta, que esbarra na alta carga tributária.
Com a Lei dos Portos (12.815/2013) e programas de desenvolvimento da navegação interior, o governo brasileiro anunciou novos projetos que, teoricamente, representariam demanda por sinalização náutica. Desde o novo marco, o governo tem aprovado projetos de novos terminais de uso privado (TUP), incluindo unidades em hidrovias. O mercado, no entanto, avalia que o impacto das regras atuais nas vendas de produtos de sinalização ainda é sutil. Uma das expectativas é a liberação da hidrovia do Tocantins para navegação. O canal só é navegável durante metade do ano e depende da derrocagem do Pedral do Lourenço, que está em processo de licitação.
Passos diz que há muito a ser feito porque ainda predomina no país uma mentalidade de utilização do transporte rodoviário, em detrimento do potencial das hidrovias nacionais e da multimodalidade. Com relação aos terminais privados, a Intermarine considera um filão promissor que precisa ser bem prospectado. "Afirmamos isto, pois temos algumas expectativas a médio e longo prazo", revela Passos.
As empresas estão atentas a projetos de sinalização para navegação interior. A Arbo Signal forneceu sinalização luminosa para Administração da Hidrovia do Paraná (Ahrana), através de algumas empresas de manutenção. A Arbo ainda aguarda investimentos nas hidrovias da região Norte, como Belo Monte e Tapajós. Tetu conta que algumas hidrelétricas estão demandando sinalização náutica para proteção de barragem, o que ainda não se traduziu em oportunidades mais concretas para a Arbo.
Recentemente, a Arbo Signal venceu pela terceira vez licitação para fornecimento de boias no Rio Tietê. O contrato com o Departamento Hidrográfico do Estado de São Paulo prevê a instalação de 440 boias na hidrovia, complementando as fases anteriores, quando a empresa forneceu quase mil boias. Além da substituição de boias metálicas e de fibra de vidro, o serviço fará melhoria de balizamento e instalação de lanternas para sinalização de pontes que atravessam o rio e sinalização de barragens. A previsão é que a instalação dos equipamentos se inicie em dezembro.
A lei 12.815/13 determina que a autoridade portuária deva manter e operar o balizamento do canal de acesso e da bacia de evolução do porto. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em coordenação com a Marinha, e tendo por referência a Normam 17 da Diretoria de Hidrografia e Manutenção (DHN) da autoridade marítima, fiscaliza essa obrigação. A Marinha determina e monitora o índice de eficácia do balizamento náutico. As infrações da autoridade portuária, definidas na resolução 3.274/2014 da Antaq, podem gerar multa pecuniária de R$ 100 mil a R$ 200 mil.
Em função da dificuldade e demora de investimentos pelas administrações portuárias, é comum acontecerem acordos com iniciativa privada para que a sinalização náutica fique por conta dos terminais privados em alguns pontos. Tetu, da Arbo Signal, explica que vale mais a pena para o operador investir em ter essa sinalização mais rapidamente e ter porto liberado para operação do que aguardar investimento da autoridade portuária que depende de licitação e processos mais burocráticos. Ele ressalta que os investimentos em sinalização correspondem a uma parcela pequena no investimento do terminal.
A falta de sinalização pode prejudicar ou até interromper a operação de terminais. Se houver problema com algum sinal específico, ele é retirado e substituído por outro sinal em estoque. A sinalização danificada é retirada para manutenção fora d’água. “Existem vários portos já investindo em ter equipamentos para fazer rodízio. Tudo isso nos dá perspectiva mais favorável de mercado”, afirma Tetu. Ele acrescenta que nem todos os portos observam essa orientação e, muitas vezes, é possível constatar sinalização prejudicada e à espera de manutenção ou substituição.
Tetu observa que a Marinha está tomando posição mais rígida em relação às exigências dos índices de desempenho da sinalização. A autoridade marítima exige que o porto tenha um estoque de boias e sinais à disposição para, em casos de defeito ou vandalismo, seja possível recuperar as condições de segurança o mais rápido possível. A norma determina que 30% dos sinais precisam ser mantidos em estoque.
No terminal Madre de Deus (BA), a Belov realiza o projeto, execução, construção das boias e instalação. Gesteira conta que a empresa projetou as boias pensando em evitar ações de vandalismo nos equipamentos. Ele explica que as baterias são instaladas a 4,5 metros de altura e sem escadas nas boias, dificultando a ação dos vândalos. Antes, as baterias costumavam ficar dentro de caixas fechadas com chave, atraindo a ação de vândalos.
A Marinha informa que a região Norte vem aumentando a quantidade de sinais náuticos, cuja disposição passa por avaliação criteriosa. Por conta do vandalismo, a autoridade marítima também tem promovido campanhas de conscientização da população ribeirinha quanto à necessidade de preservação da rede de sinalização náutica na região.
Atualmente, 54 empresas de sinalização náutica estão com o cadastro em dia no Centro de Sinalização Náutica Almirante Moraes Rego (CAMR), subordinado à DHN. Essas empresas cumprem os requisitos exigidos nas Normas da Autoridade Marítima para Auxílios à Navegação (Normam-17) para operar e manter auxílios à navegação. O CAMR participa do principal fórum internacional sobre sinalização náutica, que se propõe a contribuir para um tráfego marítimo seguro e eficiente, o IALA (International Association of Marine Aids to Navigation and Lighthouse Authorities).
O IALA tem discutido a continuidade e validade da manutenção dos tradicionais auxílios à navegação visual, o desenvolvimento dos sistemas de tráfego de navios (VTS, na sigla em inglês) e seu papel no futuro. “No momento em que o Brasil caminha para implantar o VTS em vários portos nacionais, essa discussão é de grande importância para manter os terminais brasileiros alinhados com as melhores práticas adotadas nos auxílios à navegação a nível mundial”, enfatiza por nota a DHN, em resposta a Portos e Navios.
Também estão na pauta a formação de pessoal e o estabelecimento de novas frequências rádio para atender a novas demandas do AIS. No que envolve o conceito de e-Navigation, a preocupação passa pelo estabelecimento das necessidades dos usuários, tanto em terra como a bordo, de modo a integrar equipamentos e procedimentos e universalizar as apresentações das informações ao navegante e ao pessoal de terra. O IALA tem se preocupado ainda com a preservação do patrimônio histórico-cultural relativo aos auxílios à navegação.
A DHN avalia que o acompanhamento desses temas proporciona permanente atualização sobre a evolução dos auxílios à navegação. As experiências obtidas se dão por intermédio da divulgação com a publicação das normas da autoridade marítima. De acordo com a Marinha, houve avanços por conta do início da modernização da rede DGPS (Serviço de Transmissão de Correções Diferenciais para o Sistema de Posicionamento Global por Satélite), que possibilitará contemplar a correção das posições obtidas por outros sistemas satelitais de posicionamento, tais como o Glonass, da Rússia, aumentando a disponibilidade e confiabilidade do serviço para o navegante.
A DHN também destaca as fontes luminosas de LED para lanternas de sinalização náutica, capazes de proporcionar alta intensidade de luz aliada ao baixo consumo de energia. Nos últimos anos, as lanternas compactas de LED se consolidaram no mercado pela durabilidade, praticidade, leveza e eficiência energética. A segunda geração de lanternas LED instaladas nas boias possui sistemas inteligentes que sincronizam as lanternas por GPS, permitindo acender e apagar todas elas ao mesmo tempo, a partir de sinal por satélite. Segundo a diretoria, essas novas lanternas aumentando a segurança da sinalização para o navegante, durante a noite.
As lanternas modernas dispõem de sensores que informam o estado de carga das baterias, funcionamento dos sistemas e sua posição por meio de um satélite de órbita baixa. Para o administrador do porto, pode significar menos despesas com inspeções diurnas e noturnas e elaboração de relatórios semanais. O administrador e a autoridade marítima podem receber um ou mais relatórios diários por email, incluindo a informação imediata no caso de abalroamento ou fuga da posição, permitindo identificar o causador do dano.
As lanternas de LED podem ser monitoradas, informando por satélite sua posição, estado de carga e operação. Passos, da Intermarine, conta que a novidade tem despertado o interesse das autoridades portuárias, que veem inclusive a redução do seguro do frete, como consequência do emprego dessa tecnologia, na medida em que a disponibilidade do balizamento não poderá ser questionada.
Os principais projetos de sinalização em curso na DHN são: a manutenção e modernização dos sistemas já existentes, em especial da Rede DGPS; a aplicação de modernas técnicas para traçado de vias navegáveis, com emprego de simulador como uma das principais ferramentas; e implementação de rede de AIS como auxílio à navegação. Atualmente, está em operação uma estação AIS de auxílio à navegação, com repetidora no Radio Farol da Ilha Rasa.
Considerando o significativo aumento do tráfego marítimo e o aumento das dimensões dos navios, sua velocidade, o estabelecimento de novos terminais de uso privado (TUP), é necessário modernizar a rede DGPS. A Marinha também fala na necessidade de implementar o VTS nos principais portos do Brasil, assim como o AIS como auxílio à navegação.
O VTS é um auxílio eletrônico à navegação, com capacidade de prover monitorização ativa do tráfego aquaviário nas áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes proporções. O sistema auxilia o monitoramento de informações ambientais e meteorológicas e contribui para prevenção da poluição hídrica; regulação do fluxo de tráfego de acesso aos portos e terminais; melhoria do planejamento das atracações; prevenção de encalhes e colisões nos canais de acesso.
O Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações (VTMIS) é uma ampliação do VTS, que incorpora outros recursos de telemática a fim de permitir que as informações produzidas no VTS sejam compartilhadas com outros órgãos interessados, de modo a aumentar a efetividade das operações portuárias ou da atividade marítima como um todo.