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Redução da vazão de água em Porto Primavera não teve efeito adverso

SÃO PAULO - O governo paulista afirmou ontem que os resultados dos testes da redução de vazão de água realizados na represa de Porto Primavera foram satisfatórios. Segundo Casemiro Tércio Carvalho, diretor do departamento hidroviário da Secretaria Estadual de Logística e Transportes, o monitoramento da redução de 4.300 m3 por segundo para 3.000 m 3, iniciada há duas semanas, não causou efeitos ambientais adversos.

“Deu tudo certo”, afirmou ele ao Valor após reunião ontem com representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília. O temor dessa estratégia era que o menor giro das turbinas diminuísse também a oxigenação da água, o que poderia causar a morte de peixes.


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Com isso, a secretaria paulista dará prosseguimento aos testes de redução de vazão de uma segunda usina, a de Jupiá, que passará dos atuais 3.700 m3 por segundo para 2.500 m3 por segundo. A redução terá início nesta sexta-feira.

As duas experiências são uma tentativa de elevar o nível de água para o retorno da navegabilidade da hidrovia Tietê-Paraná, interrompida em junho em meio à forte estiagem que assola a região. A interrupção afetou significativamente o transporte de grãos do Centro-Oeste, que seguem pela hidrovia até Pederneiras e, de lá, por ferrovia até o porto de Santos. Em 2013, a hidrovia foi responsável pelo escoamento de 6,1 milhões de toneladas de grãos e açúcar.

Segundo Carvalho, com a redução de vazão nas duas usinas é possível elevar o nível de água a montante, na represa de Ilha Solteira e, em 90 dias, trazer a navegabilidade de todo o curso da Tietê-Paraná. “O objetivo é transferir esse ganho de 1.200 m3 por segundo para a represa de Ilha Solteira”, diz ele. “Estou trabalhando com um cenário conservador, sem chuvas”.

No encontro de ontem, o diretor do departamento hidroviário paulista tentou “se antecipar” e obter da ANA um compromisso em relação ao armazenamento da água em Ilha Solteira. Esse armazenamento é vital porque refletirá na represa de Três Irmãos, trazendo condições navegabilidade no trecho do rio Tietê próximo aos municípios de Andradina e Buritama. Nesse ponto da hidrovia houve redução do calado máximo da embarcação desde abril e, em junho, a navegação foi interrompida.

A ideia, diz ele, era “não perder tempo. Mas a ANA e a ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico] estão se apoiando nas chuvas para ver como fica a situação”. Se não chover em quantidade suficiente neste verão — o que alguns meteorologistas já começam a ventilar — e a vazão das duas usinas não fora reduzida, a “hidrovia corre o risco de ficar fechada por mais um ano”.

Sem água, trechos da hidrovia já começam a apresentar sinais de erosão, o que aumenta os riscos de assoreamento do rio (e mais despesas para desassoreá-lo). Para Carvalho, no entanto, esse é “o que menos me preocupa agora”. De acordo com ele, o impacto de uma hidrovia parada repercute na indústria naval, no afogamento de caminhões no porto de Santos e na perda de 3.500 empregos.

ANA e ONS temem que a redução de vazão em Porto Primavera e Jupiá afete a produção de energia ou o volume de água disponível a jusante das duas usinas. Segundo Carvalho, a represa seguinte, é a de Itaipu, que recebe água do rio Paraná e tem como um dos afluentes o rio Paranapanema está com 95% do seu reservatório preenchido e as chuvas continuarão a cair no Sul. “Isso não é um problema lá”.

Fonte: Valor Econômico/Bettina Barros






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