Imbituba bate recorde de 23 anos. SEP publica edital de licitação para dragagem de aprofundamento do acesso ao porto
O porto de Imbituba movimentou no ano passado 2,311 milhões de toneladas de cargas, considerada a melhor movimentação dos últimos 23 anos. A média mensal do ano passado ficou em 192,64 mil toneladas, com 192 navios atracados.
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O destaque em 2011 foi a importação de longo curso, em que os granéis sólidos foram responsáveis por 1,46 milhão de toneladas, e a exportação de cabotagem com 63,27 mil toneladas entre contêineres e transformadores. A importação de coque e a exportação de óxido de ferro foram as campeãs de movimentação do ano, com 757,10 mil toneladas e 361,92 mil toneladas, respectivamente.
De acordo com o administrador do porto de Imbituba, Jeziel Pamato de Souza, esse recorde de movimentação não era registrado desde 1988 e a tendência é que os bons resultados continuem. “O porto está no caminho certo e nossas últimas projeções, baseadas em novos acordos comerciais e investimentos, indicam que 2012 será melhor ainda”, comemora. Em 2010, o porto movimentou de janeiro a dezembro 1,773 milhão de toneladas de cargas, o que representa um incremento na movimentação de 20,96% em 2011.
A Secretaria de Portos (SEP) publicou em 20 de janeiro o edital de licitação de concorrência internacional para a contratação da execução das obras de dragagem de aprofundamento dos acessos aquaviários do porto de Imbituba. Estão incluídos os cais, bacia de evolução e canal de acesso. As propostas devem ser abertas em Brasília no dia 9 de março.
Com a conclusão das obras, o calado de 10,8m passará a ser de 14,5m, um dos maiores do país, o que colocará Imbituba em condições equivalentes aos melhores portos brasileiros. A obra, que faz parte do PAC 2, está orçada em R$ 48 milhões, dos quais R$ 5 milhões já foram disponibilizados, o que permitiu à SEP iniciar o procedimento licitatório.
Para Jeziel Pamato, o momento é de comemoração. “Realizamos um longo e árduo trabalho nos últimos quatro anos, no qual tivemos muita dedicação e perseverança, culminando na espera pelo lançamento deste edital e agora que ele foi publicado vamos trabalhar para que quando a obra estiver concluída as linhas com grandes navios tenham melhores condições de operar. Registramos recorde de movimentação em 2011, quase 21% de crescimento, só estamos recebendo boas notícias e daqui para a frente elas serão ainda melhores. Com a licitação o mercado portuário vai olhar com mais atenção para Imbituba. Depois de quatro anos de luta, enfim somos brindados com a publicação deste edital”, comemora.
Jeziel conta que muitas horas de trabalho foram investidas para conseguir esta obra. “O porto de Imbituba investiu mais de R$ 1 milhão em licenciamento ambiental, plano de controle, pesquisa socioambiental, programa de monitoramento das baleias Franca e no projeto de dragagem. Inicialmente, em 2007, estávamos no PAC 1, com um projeto mais modesto, com apenas 12 metros de aprofundamento, mas com a nova situação do porto percebemos que o projeto precisaria ser ampliado. Foram muitas viagens e longas reuniões com órgãos governamentais das esferas municipal, estadual e federal”, explica.
O administrador do porto explica que com a conclusão da obra o porto terá capacidade para receber 10 milhões de toneladas de cargas e 970 mil TEUs. “Pretendemos movimentar pelo menos a metade de nossa capacidade total nos próximos três anos. Em cinco anos a expectativa é de que passem cerca de 700 mil TEUs por ano em Imbituba. Além disso, esperamos que os novos investimentos em infraestrura sejam atraídos para cá, possibilitando o aumento da capacidade para 25 milhões de toneladas por ano”, afirma.
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) já recebeu o processo de desmembramento de terrenos do porto de Imbituba (SC) que não são utilizados para a exploração portuária. As concessões dos espaços onde estão instalados a usina elétrica, o corpo de bombeiros, o parque ecológico municipal da Trilha do Farol e a Indústria da Solidariedade (ISO) vencem em dezembro de 2012. Após esta data, os terrenos retornarão à União, que deverá transferir o patrimônio à prefeitura e ao estado.
Recentemente, o processo foi aprovado pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP) do porto. Caso o desmembramento seja aprovado na Antaq, ele seguirá para a Secretaria de Patrimônio da União. Com exceção do terreno onde está instalado o corpo de bombeiros, todos os demais terrenos poderão ser transferidos à prefeitura de Imbituba, antes do fim de 2012, para evitar problemas de uso dos espaços com a União. n
