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Revolução logística na Amazônia Legal

Solucionar os gargalos da infraestrutura de transportes e logística, evitando que sua atual precariedade limite o crescimento econômico, será um dos desafios prioritários da presidente Dilma Rousseff. Grande contribuição para o sucesso dessa empreitada é o Projeto Norte Competitivo, realizado sob os auspícios da CNI, no âmbito da Ação Pró-Amazônia, que engloba as federações das indústrias dos nove Estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). 

O estudo, que demandou cerca de um ano de pesquisas, acaba de ser apresentado em primeira mão na Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac). Trata-se da implantação de uma infraestrutura logística, englobando os modais de transportes ferroviário, hidroviário, rodoviário e portuário. O projeto, cuja efetivação viabilizará maior eficiência e expressiva redução dos custos de logística, indica nove eixos de integração e as obras necessárias, constituindo-se em iniciativa fundamental para o crescimento do setor produtivo em nosso Estado, nossa região e até mesmo nos países vizinhos.

Foram mapeadas as 16 principais cadeias produtivas da Amazônia Legal, responsáveis por 95% da produção e 98% das exportações da região, incluindo projeção do aumento da produção até 2020. Constatou-se que, hoje, já há um estrangulamento nos transportes, problema que irá agravar-se paulatinamente caso não se realizem os investimentos na modernização e ampliação da infraestrutura de transportes. São necessárias 151 obras, 112 em eixos no Brasil e 39, internacionais. Para realizar todos esses empreendimentos são necessários R$ 51,8 bilhões, dos quais R$ 45,8 bilhões em território nacional. No curto prazo, elegeu-se relação de 34 projetos prioritários, cujo custo está orçado em R$ 6,8 bilhões.

Os investimentos, como se percebe, são vultosos, exigindo ampla mobilização para que se viabilizem. Por isso, será constituída força-tarefa, centralizada na atuação conjunta das federações das indústrias, para que o Norte Competitivo saia do papel e se concretize. Os benefícios serão muitos, não só para a Amazônia, como para todo o Brasil, considerando-se o desenvolvimento econômico, o aumento da eficiência de todas as cadeias de suprimentos e exportações, o impacto social positivo, a integração regional, a criação de empregos e o recolhimento de tributos.

Haverá, ainda, significativo ganho ambiental, pois a eficiência do sistema e a maior utilização de modais de transportes menos poluentes reduzirão a emissão de gases de efeito estufa.  A relação do monóxido de carbono expelido é de um para hidrovia, 10 para ferrovia e 50 para rodovia. Como o transporte da produção amazônica realiza-se em grande parte por rodovias precárias, o aprimoramento previsto certamente terá reflexos positivos no tocante à ecologia.

Além das federações das indústrias da Amazônia Legal, será decisivo o engajamento dos governos estaduais e da União para que o Norte Competitivo seja realizado. Não há dúvida de que o projeto despertará o interesse do capital privado, que poderá realizar aportes diretos de recursos ou por meio de parcerias público-privadas. Obviamente, também será decisivo o investimento direto do setor público nessas obras, que mudarão o perfil da logística e dos transportes no País.
Fonte: João Francisco Salomão
*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre — FIEAC ( salomao@fieac.org.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ).



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