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Rio Grande do Sul liderou exportação de móveis no ano passado

Na contramão da indústria nacional, que fechou o ano passado em declínio de 5,2% nas exportações, no mesmo período as fábricas gaúchas de móveis obtiveram aumento de 1,1% nos embarques. Além de ser o único estado do País a manter o desempenho positivo, o Rio Grande do Sul ainda lidera o ranking de participação com 28,4%, ou US$ 205,7 milhões do total das vendas externas brasileiras.

A explicação para o desempenho, no entanto, está ligada à valorização cambial, à perda de competitividade no mercado interno, aos incentivos tributários do programa Reintegra – que concede 3% de retorno sobre o valor exportado - e à desoneração do INSS na folha de pagamentos. É o que explica o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan.

Segundo o dirigente, há alguns anos o Rio Grande do Sul não possui plantas de insumos suficientes à produção local. Por isso, as matérias-primas são originárias de outros estados, como Paraná e São Paulo, o que gera uma dupla tributação: a do ingresso do material e a saída do móvel acabado destinado aos principais mercados do País. “Há um custo de ICMS interestadual e após a produção é preciso retornar o produto acabado a São Paulo, Minas Gerias, Rio de Janeiro e Nordeste. São dois custos, enquanto Paraná e São Paulo têm um custo mínimo e conseguem preços mais competitivos no mercado interno e um custo médio para distribuir”, exemplifica.

Em razão da dificuldade, as indústrias gaúchas passaram a investir em ações de buscas e retomada no mercado externo.  “Desde abril de 2012, quando o governo começou a agir sobre o câmbio, é feito um trabalho forte na América do Sul, América Central e África, e os resultados estão aí”, revela.

Os dados de relatório divulgado pela Movergs e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam Uruguai, Reino Unido, Chile, Peru e Estados Unidos como os países que puxaram o desempenho do setor.  No entanto, a representatividade norte-americana ainda está distante de ocupar o mesmo patamar de 2008, quando o Rio Grande do Sul perdeu mais de 40% da participação naquele País.

Na Europa, França e Espanha também tiveram os seus poderes de compra prejudicados em razão da recessão econômica e apresentaram queda nas entradas de móveis gaúchos. “Qualquer reação destas economias seria muito positiva. Estes fatores mantêm a aposta e a insistência em alta e, no momento da recuperação, as nossas indústrias estarão lá e serão as primeiras a se beneficiarem”, projeta.

Por outro lado, projetos bem desenvolvidos ampliaram o potencial de destinos pouco desenvolvidos, como Peru (39,3%), Chile (18,5%), Venezuela (11%) e Angola (32,5%).  O destaque negativo ficou por conta da Argentina, que apesar de liderar a lista nacional teve queda de 36,6% no Rio Grande do Sul.

Os países vizinhos já foram responsáveis por cerca de 50% do faturamento das vendas externas do Estado e, atualmente, não chegam a 6% do montante.  A variação entre o desempenho nacional e regional na relação comercial está no fato de o Rio Grande do Sul enfrentar mais barreiras em razão do superávit de negociações com o país de Cristina Kirchner - o que não ocorre em outros estados que exportam, inclusive, insumos à indústria local argentina.

Fonte: Jornal do Commercio/RS / Rafael Vigna






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