Modelos desenvolvidos pela Progress possuem motores mais eficientes e que somados à utilização de baterias para o armazenamento de energia podem colaborar com a redução de até 42% no consumo de combustível
A Rumo, operadora de ferrovias, recebeu na oficina de Curitiba (PR) duas locomotivas híbridas. As unidades serão as primeiras desse modelo a serem utilizadas em operações de transporte de cargas no país. Desenvolvido pela Progress Rail, o modelo GT38H funciona com sistema diesel-elétrico em conjunto com um banco de baterias, de forma que a energia usada para alimentar os motores de tração pode ser proveniente de motores diesel ou de um banco de baterias.
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A energia é regenerada durante a operação do freio dinâmico ao invés de ser dissipada em forma de calor por meio de resistores de alta potência. A primeira composição puxada pelas locomotivas híbridas está em fase de testes e deve partir de Cascavel (PR) com destino a estação ferroviária Desvio Ribas, na região de Ponta Grossa (PR).
Entre os destaques das novas locomotivas está a sua capacidade de gerar menor impacto ambiental. O modelo é 22% mais econômico no consumo de combustível do que os utilizados na operação atualmente. Além disso, o uso das baterias como fonte de energia acrescenta um ganho de 15% nessa economia. Somando-se a isso os benefícios do motor mais moderno, a expectativa é que a economia chegue a até 42% no consumo de diesel.
Além do menor consumo de combustível, as locomotivas se destacam pela redução de emissões e barulhos em excesso, fazendo com que tenham um menor impacto ambiental. Os testes para avaliar a performance das novas locomotivas serão realizados durante seis meses no trecho entre Guarapuava (PR) e a estação ferroviária Desvio Ribas, na região de Ponta Grossa (PR).
“Os resultados apresentados pela Progress foram positivos e nos indicam que podemos ter aqui um ganho considerável para as nossas operações”, pontua Marcus Jorge, diretor de Manutenção da Rumo. “Com a operação na nossa malha poderemos avaliar a performance considerando as características da via e carga transportada. É um processo importante para analisar a viabilidade de ampliar o uso de locomotivas utilizando esse sistema”.
Frente a nova tecnologia da hibridização, novos parâmetros para controle da performance e segurança foram implementados, podendo ser monitorados remotamente e permitindo antever possíveis falhas. Já as baterias são acionadas automaticamente pelo sistema da locomotiva, alinhada à potência exigida pelo maquinista para o trecho em que irá circular.
“Estamos otimistas com esse projeto desenhado em parceria com a Progress e com os avanços tecnológicos que essa locomotiva pode representar em relação a redução de emissões e a segurança”, diz Marcus Jorge. “Além disso, uma vez confirmado o desempenho esperado, essas locomotivas representam um grande passo para que novos maquinários sejam desenvolvidos para trechos ainda mais densos de nossa malha ferroviária e que exigem maior potência, como temos, por exemplo, na Malha Norte, corredor ferroviário entre Rondonópolis (MT) e o Porto de Santos (SP)”.
A escolha do trecho entre Guarapuava e a região de Ponta Grossa para testes levou em consideração o fato de ser uma região com traçado desafiador e favorável a esse tipo de tecnologia, em razão das áreas de serra e curvas sinuosas que requerem um equipamento de menor porte.
Uma composição, antes puxada por seis locomotivas, poderá funcionar com os dois modelos híbridos.