Santos Brasil já estuda novos leilões

A operadora portuária Santos Brasil fez sua estreia no mercado logístico de combustíveis e já se prepara para os próximos leilões no setor, segundo o presidente da companhia, Antonio Carlos Sepúlveda. A empresa venceu, na última sexta-feira (9), a disputa por três terminais de granéis líquidos no Porto de Itaqui (MA).

“É um primeiro passo no segmento, que é um dos vetores de expansão para a companhia”, afirmou o executivo ao Valor, após a vitória no leilão.

A empresa já está estudando a licitação de ao menos outros dois terminais de combustíveis, desta vez no Porto de Santos (SP). “Temos muito interesse em operar granéis líquidos em Santos, onde já atuamos há mais de 20 anos com contêineres”, disse.

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O leilão ainda não tem data. Os projetos estão em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) - o relatório está prestes a ser votado pelo plenário. Ainda assim, a expectativa para o projeto já é grande. Somados, os contratos dos dois terminais deverão somar cerca de R$ 1 bilhão de investimentos. Hoje, quem opera na área é a Transpetro, por meio de um contrato de transição.

Para além de combustíveis, outros segmentos que estão no radar da empresa são os granéis sólidos e fertilizantes. O foco, segundo o presidente, são as cargas ligadas ao agronegócio brasileiro, que cresce em uma velocidade enorme e ainda tem muito potencial para expansão.

O movimento faz parte de um plano de diversificação do grupo, que hoje depende fortemente de seu terminal no Porto de Santos, destinado a contêineres - um segmento no qual a empresa já está bastante consolidada, mas que carrega pendências regulatórias e não tem tantas oportunidades de crescimento quanto outras cargas.

Desde o ano passado, o grupo tem se preparado para aproveitar oportunidades de leilões, prospectando terminais de combustíveis, grãos e fertilizantes. Com esse objetivo, a companhia fez, em setembro de 2020, uma oferta subsequente de ações, na qual levantou R$ 790 milhões.

Os três terminais conquistados no leilão de sexta-feira demandarão, ao todo, investimentos de R$ 417 milhões ao longo dos contratos, que vão de 20 a 25 anos. Além disso, a companhia se comprometeu com o pagamento inicial de R$ 157,3 milhões em outorgas ao governo federal.

Esses desembolsos serão feitos com o caixa da companhia e com financiamentos, que poderão vir de bancos de fomento do Nordeste ou de emissões de debêntures, segundo Sepúlveda.

A Santos Brasil terminou 2020 com uma alavancagem negativa. O índice ficou em -3 vezes da dívida líquida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Devido à captação realizada em setembro, que reforçou o caixa do grupo, a dívida líquida da empresa terminou negativa em R$ 637,5 milhões.

A companhia chegou a estudar uma parceria para entrar no leilão, mas, segundo o presidente, chegou à conclusão de que não seria necessário. “Ainda buscamos um sócio para entrar em granéis sólidos, mas o mercado de combustíveis é mais pulverizado, há uma grande quantidade de clientes. Em Itaqui há muitos grupos, oportunidades em biodiesel, etanol, cabotagem”, diz.

O executivo avalia que as oportunidades de expansão em Itaqui são enormes, por ser um porto de localização estratégica, que atende aos mercados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

“É um porto com conexão rodoferroviária ótima: ligação com a Estrada de Ferro Carajás, a Norte-Sul, a Transnordestina, além de três rodovias federais importantes para a conexão com os estados do Norte e do Nordeste. Além disso, sob a perspectiva dos combustíveis, está próximo ao Golfo do México. É um local muito estratégico”, afirma.

Sepúlveda também comemora a vitória em três dos quatro terminais de combustíveis licitados em Itaqui. As áreas já deverão garantir à empresa uma participação de 27% na operação do porto maranhense. A Santos Brasil chegou a disputar o quarto terminal do leilão, mas o contrato acabou ficando com a Tequimar, empresa do grupo Ultra.

As vitórias da companhia na sexta-feira coroaram uma semana de conquistas para a Santos Brasil. Dias antes, na terça-feira, a empresa anunciou a renovação de seu contrato comercial com a empresa de navegação Maersk, que responde por grande parte da carga no terminal de Santos. O novo acordo vai até março de 2023 e foi bem recebido por analistas de mercado, que aguardavam a renovação com grande expectativa.

Para o presidente, o novo acordo é “natural”, já que os contratos com a Maersk vêm sendo renovados há 20 anos. Em relação aos novos preços definidos, ele avalia que os reajustes nos valores já eram esperados, devido à inflação e ao câmbio, mas diz que prefere não comentar detalhes.

Fonte: Valor



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