A Santos Brasil arrematou uma área de 2,2 milhões de m2 para construir um condomínio industrial nas imediações do porto de Imbituba (SC), onde já tem a concessão de um terminal para movimentação de contêineres. O terreno fica em frente à BR 101, principal artéria para o transporte de cargas da região, e dista seis quilômetros do porto.
A intenção é que a área seja ocupada, principalmente, por empresas que importam ou exportam em escala e, por isso, necessitam estar próximas ao cais. "Sonhamos com uma montadora. Existem algumas estudando vir para o Brasil", diz o diretor de Operações da Santos Brasil, Caio Marcelo Morel. "Hoje um carro tem muitos componentes importados, então todas as montadores dependem muito dos portos. E teremos uma posição excelente."
A empresa - maior operadora de terminais de contêineres do país - foi a única concorrente da licitação para arrendar a área na retaguarda do porto catarinense. Por R$ 22 milhões, terá o direito de explorá-la por 25 anos renováveis por igual período.
Além do setor automotivo, Morel destaca como potenciais nichos os parques madeireiro e moveleiro, muito fortes em Santa Catarina. Assim como as indústrias de fumo e de carnes e embutidos. "O Estado está se tornando um grande produtor de fumo. Uma das possibilidades é ter no condomínio armazéns para estocagem dessa carga".
Além de abrigar empresas produtoras, o condomínio possivelmente terá uma área para preparar a carga de exportação (Redex), além de um ecopátio regulador de carretas. A ideia, segundo Morel, é que os caminhões só se dirijam ao porto quando houver navio destinado, evitando a formação de filas nos acessos ao terminal. A liberação do fluxo obedecerá a um agendamento prévio.
O projeto uma área para preparar a carga de exportação (Redex), além de um ecopátio regulador de carretas
O terminal portuário da Santos Brasil em Imbituba já está operando, mas ainda passa por ampliações físicas e de aquisição de maquinário. A perspectiva é que entre julho e agosto próximos o empreendimento tenha capacidade instalada para operar 950 mil Teus (contêiner de 20 pés) por ano. Atualmente, movimenta 20 mil Teus anuais. "Nossa meta é termos uma fatia de 30% do mercado de Santa Catarina, que hoje é de 1 milhão de Teus anuais", estima Morel. Nos primeiros dois a três anos de operação completa, o terminal deve ter movimentação efetiva entre 300 mil e 350 mil Teus.
Hoje, o porto tem 11 metros de profundidade. Com a dragagem, deve chegar a 15 metros. A obra está prevista no PAC 2 e orçada em R$ 55 milhões. "A dragagem pode ser feita em seis meses, as condições são excelentes e a manutenção necessária é mínima."
A intenção da Santos Brasil é fazer do terminal de contêineres de Imbituba uma opção de porto concentrador e distribuidor de cargas do Sul, em razão da localização fácil a demais mercados do Mercosul e por estar a 360 quilômetros de Porto Alegre (RS), o que o habilita a atrair cargas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Além do terminal de Imbituba, a Santos Brasil conta com uma instalação de contêineres em Vila do Conde (PA) e outra em Guarujá, no porto de Santos. Em 2010, o grupo, de capital aberto, teve lucro líquido de R$ 112 milhões, crescimento de 72% sobre o resultado de 2009. Entre seus acionistas, estão a International Market Investments, a Multi STS Participações, a Brasil Terminais e a PW237 Participações.
Em termos operacionais, os três terminais movimentaram 1,4 milhão de Teus em 2010 - aumento de 30,2% sobre 2009. Neste exercício, a perspectiva é de crescimento de 13%, chegando a 1,6 milhão de Teus. A empresa prevê para 2011 Ebitda de R$ 407 milhões - alta de 24% na comparação com 2010.
O grupo também controla um terminal de movimentação de veículos, no porto santista. Neste ano os investimentos somam R$ 138 milhões, com a maior parte destacada à expansão de Imbituba e compra de equipamentos para operação em Santos.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos
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