O porto de Santos deixou de exportar 400 mil toneladas de soja e farelo de soja devido a restrições à entrada de caminhões pela margem direita, em função do incêndio em tanques de combustíveis nas proximidades da área portuária que entrou nesta quinta-feira (9) no seu oitavo dia.
A informação foi dada por dirigentes da Abiove, a associação que representa as indústrias de soja no país.
As restrições para levar soja até os terminais portuários ocorrem no momento do pico de escoamento de uma safra recorde de soja do Brasil.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, o maior porto do país e o mais importante para embarques de soja deveria exportar cerca de três milhões de toneladas em abril, uma boa parte do volume projetado para o ano todo.
Diante das restrições, a Abiove pediu autorização à Prefeitura de Santos para que a multinacional norte-americana ADM tenha autorização para receber caminhões durante o dia, em função das maiores dificuldade da companhia, pelo fato de seu terminal estar no final do porto.
"A performance do porto de Santos está prejudicada", disse o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, em entrevista à agência de notícias Reuters.
A soja está sendo levada para a margem direita em comboios de caminhões durante a noite, com o objetivo de minimizar perdas.
Segunda a autoridade portuária de Santos, a Codesp, os comboios da última madrugada zeraram a espera de caminhões.
No Porto de Santos, a restrição da entrada de caminhões na margem direita passou a ser permitida, desde quarta, entre 22h e 4h. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), as empresas responsáveis pelo transporte de cargas da Baixada Santista somam um prejuízo que pode chegar a R$ 7,5 milhões nos últimos três dias, com o bloqueio ao porto.
A queda no ritmo das exportações traz prejuízo para as empresas do setor. Por cada dia de atraso no embarque dos navios, os exportadores precisam pagar multa de US$ 15 mil a US$ 20 mil.
Nesta sexta-feira (10), técnicos de uma empresa americana especializada no combate a incêndios chegam em Santos para ajudar no controle das chamas nos tanques da empresa Ultracargo, no bairro da Alemoa.
Fonte: Folha de São Paulo/DA REUTERS DE SÃO PAULO
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