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Santos, Rio e Pará melhoram gestão

As Companhias Docas do Estado de São Paulo (Codesp), do Rio de Janeiro (CDRJ) e do Pará (CDP) são as três primeiras a integrar o Projeto de Modernização da Gestão Portuária, um conjunto de ações que têm como objetivo a revisão de processos, diretrizes, sistemas, regras de governança e de políticas de pessoal. Nas três companhias, toda a administração foi mudada. O trabalho de modernização da gestão foi iniciado em maio de 2014, pelo Porto de Santos - por ser o maior e mais complexo - e vem sendo desenvolvido pela Deloitte. A ideia é que - após a conclusão dos trabalhos em Santos, Rio e Pará - o projeto seja estendido às outras quatro Cias Docas.

O mercado considera, porém, que não basta mudar a gestão das empresas; elas precisariam de autonomias operacional e financeira. Há quem defenda, inclusive, a privatização ou a abertura de capital. Marcelo Araújo, presidente da Libra Terminais, observa que as autoridades portuárias são companhias operacionais e não deveriam depender de orçamento público, mas sim gerar as próprias receitas.

"O investimento é apenas uma das partes do processo. Se não houver planejamento, o investimento pode ocorrer no lugar errado", reforça.

Sérgio Salomão, presidente da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec), diz que a profissionalização do setor portuário começou no governo Lula, com a criação da Secretaria Especial dos Portos. Mas ressalva que o que atrapalha a autoridade portuária é um regime jurídico que não lhes confere autonomias deliberativa e operacional.

"A profissionalização deveria ser acompanhada de um novo regime jurídico que desse liberdade decisória. Hoje as Cias Docas não têm mais função operacional - que foi delegada aos operadores portuários privados - limitando-se ao gerenciamento do condomínio portuário, e essa tarefa ocorre na região, e não em Brasília, na SEP."

Edinho Araújo, ministro-chefe da Secretaria Especial dos Portos, discorda que esteja havendo centralização, ao contrário, as companhias estariam sendo qualificadas para melhorar a administração e tomar decisões mais assertivas. Ele diz que a finalidade dessa ação é promover um salto de qualidade em todo o setor portuário nacional, colocando a administração das Companhias Docas em um novo patamar de competitividade e eficiência.

"Além da adequação às diretrizes que decorrem do novo marco regulatório - a Lei 12.815 -, estamos combatendo a burocracia, tentando mudar uma cultura arraigada, e isso gera reação. Agora os gestores têm remuneração variável e metas. É preciso entender que há um comando que procura dar a verdadeira importância aos portos brasileiros", diz o ministro.

A primeira etapa da consultoria encomendada à Deloitte foi um mapeamento nas companhias, a fim de identificar quais são os processos de negócio. Em dezembro, foi apresentado, por exemplo, à Comissão Nacional de Portos (Conaportos) um dos 60 ações avaliadas pela consultoria em conjunto com a Codesp, denominado "operação marítima". Esse processo, um dos mais importantes, foi revisto, e as etapas, hoje desnecessárias, serão eliminadas.

Também foram introduzidas novas ferramentas de tecnologia de informação, como a implementação do software de gestão empresarial SAP, no porto de Santos. E está sendo elaborado um benchmark a partir de visitas de integrantes da SEP, da Codesp e da Deloitte aos portos de Barcelona, na Espanha; Leixões e Lisboa em Portugal; Cingapura; Busan, na Coreia do Sul; Hong Kong, na China; e Los Angeles e Long Beach, nos Estados Unidos.

Outra iniciativa foi a contratação pela Codesp da escola de negócios da Fundação Dom Cabral (FDC) para capacitar o corpo gerencial da empresa, visando a adequar seus gestores para o redesenho de processos que a empresa fará após levantamento de necessidades pela consultoria Deloitte.

No Rio de Janeiro, já foram mapeados todos os processos, e agora a Deloitte partirá para a elaboração do modelo de reorganização da empresa, informa Hélio Szmajser, funcionário de carreira que assumiu, em agosto, a presidência da CDRJ, substituindo Jorge Luiz de Mello que ficara à frente da empresa por sete anos. "A SEP e a Deloitte estavam preocupadas com a CDRJ, mas o projeto contou com o engajamento de todos os técnicos. Foram ouvidos clientes internos e externos, usuários e arrendatários; e os processos foram revisados para viabilizar ganhos rápidos", conclui Szmajser.

Fonte: Valor Econômico/Carmen Nery | Para o Valor, do Rio






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