Falta de qualificação e treinamento profissional, jornada de trabalho excessiva e pressão pelo cumprimento de prazos são os principais causadores de acidentes nas instalações do Porto do Pecém, segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado, o Mova-se, que representa os operários que trabalham na Cearáportos.
De acordo com Hernesto Luz Cavalcante, da diretoria executiva do sindicato, dos cerca de 250 trabalhadores do Porto, nenhum passou por treinamento. "Eu, por exemplo, sou concursado, trabalho no setor de recebimento e liberação de carga e nunca fui treinado. Imagina o pessoal do pátio", argumenta.
Segundo Hernesto, todas as terceirizadas possuem um setor de segurança do trabalho e os trabalhadores são orientados a usar os Equipamentos de Proteção Individuais. "Mas esses EPIs não vão evitar dele ser esmagado por um contêiner ou ensiná-los a manejar o equipamento".
Para o diretor Comercial da CearáPortos, Mário Lima, todas as empresas terceirizadas no Porto, têm seus credenciamentos permanente fiscalizados. Ele disse, ainda, que, desde o acidente, a empresa responsável está impedida de realizar a operação em que morreu o trabalhador, denominada Open Top. "Corroboramos com a decisão da delegacia regional do trabalho, enquanto é feita a perícia. O que aconteceu foi uma fatalidade. Todas as empresas precisam preencher uma série de exigências para operar, como presença de engenheiro de segurança cadastrado no Crea, expertise, mão-de-obra especializada e uso de equipamentos".
Conforme Mário, as denúncias de sobrecarga de trabalho devem ser apuradas pelos órgãos competentes. "Damos toda a transparência possível. A delegacia do trabalho tem trânsito livre para verificar se as condições de trabalho são adequadas ou não", pontuou.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/ILO SANTIAGO JR.
PUBLICIDADE