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Sindicatos sinalizam que podem suspender paralisação

O presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE), Wilton Barreto, informou ontem que o movimento grevista, constituído para garantir direitos dos trabalhadores portuários na Medida Provisória 595/2012, pode suspender a paralisação programada para terça-feira. Esta decisão, no entanto, está condicionada à demonstração de "boa vontade" do governo em acatar questões consideradas prioritárias pelos sindicalistas em reunião marcada para hoje às 8h30, com representantes da Casa Civil e Secretaria de Portos, no Palácio do Planalto.

"Se houver a sinalização do governo de negociar as emendas prioritárias, podemos rever a greve geral de terça e até a continuidade do movimento", disse Barreto.

O presidente da Fenccovib, entidade que reúne diversas subcategorias de trabalhadores do setor portuário, Mário Teixeira, disse que existem cerca de cinco grupos de emendas apresentadas pelos deputados que o movimento não abre mão de negociar com o governo.

Entre os assuntos de destaque estão questões práticas como multifuncionalidade, que é direito do trabalhador ser treinado em outras atividades que não a sua, a proibição da prática de terceirização e a adoção de padrões a serem seguidos na guarda portuária e na fiscalização. "Na última reunião, o governo disse que os direitos dos trabalhadores estão assegurados dentro da medida provisória. Esperamos que eles reconheçam que se tratou de equívoco", disse Teixeira.

O presidente da Fenccovib ressaltou que também é considerada fundamental a recusa do modelo de negócios que caracteriza a privatização do setor portuário. "Este governo, que ajudamos a eleger, deixa claro que está ajudando a privatizar a administração portuária pública", afirmou.

O presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra, defendeu que o governo assumisse que a MP 595/2012, criada para tornar os portos brasileiros mais eficientes e reduzir custo de logística no país, levará essencialmente o setor à privatização. "O governo tem que dizer que 'vamos privatizar sim', precisa vestir essa carapuça", afirmou o sindicalista, que é secretário adjunto da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Enquanto a reunião de hoje estiver ocorrendo com o governo, cerca de 40 mil trabalhadores do setor portuário estarão de braços cruzados, em paralisação programada para ocorrer das 7h às 13h. Somente será permitido o despacho de cargas prioritárias, como lotes de remédios ou produtos importantes para o abastecimento.

Fonte: Valor / Rafael Bitencourt






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