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Suape e Unesco vão investir mais de R$ 5,7 milhões em preservação e desenvolvimento sustentável

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) assinaram, nesta quinta-feira (19), um Acordo de Cooperação Técnica para estudo e implementação de estratégias de gestão e preservação dos recursos naturais, patrimoniais e histórico-culturais do Complexo Industrial Portuário de Suape. Além do secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio, participaram do encontro virtual o presidente do ancoradouro, Roberto Gusmão, e representantes da Unesco. O alvo são áreas de interesse dentro do território de Suape, especialmente o Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti (PMAHC). O investimento total será de R$ 5.724.600 e a duração prevista é de três anos.

"Acreditamos que o desenvolvimento econômico precisa caminhar em conjunto com o desenvolvimento socioambiental do território. Temos implantado diversos projetos nesse sentido e essa nova parceria com a Unesco reforça o compromisso de nossa gestão não só com a preservação dos recursos ambientais e culturais do território, mas sobretudo com a inclusão socioprodutiva das comunidades nas soluções a serem implantadas. Nosso objetivo é que as comunidades consolidadas possam tirar o sustento do local onde vivem, ao mesmo tempo em que ajudam a preservá-lo", afirma Geraldo Julio, que também é presidente para a América do Sul do ICLEI, Rede internacional ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) que promove o desenvolvimento sustentável atuando com cerca de 2 mil governos locais em mais de 100 países.

O projeto será desenvolvido e enquadrado numa perspectiva de ordenamento do território, melhoramento das condições sociais e preservação dos recursos naturais. "Tudo isso sob a alçada de um objetivo macro de mitigação e adaptação às alterações climáticas, indo de encontro aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) assinados pelo governo Brasileiro no Protocolo de Paris e também fazendo referência à Década da ONU para os Oceanos", acrescenta Geraldo Julio.

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O projeto será dividido em três etapas. A primeira é toda direcionada ao Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti (PMAHC) e consiste na aplicação de modelos de gestão sustentável. A segunda prevê a implementação de estratégias de preservação dos recursos naturais e culturais do complexo. Por fim, a terceira etapa tem o objetivo de capacitar e formar equipes técnicas do território estratégico de Suape que serão relevantes para a continuidade das ações desenvolvidas.

"Inicialmente teremos um levantamento intersetorial sobre a biodiversidade, recursos naturais e identificação de toda a infraestrutura do parque, para que possamos receber um estudo concreto da viabilidade econômica, técnica e financeira do local, face às suas características econômicas, sociais e ambientais", salienta o presidente de Suape, Roberto Gusmão. "Podem ser apontados, por exemplo, os potenciais turísticos do parque, que é tombado pela Fundarpe e abriga construções históricas, como a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré (séc. XVI); as ruínas do Convento Carmelita (1692); o Forte Castelo do Mar e as ruínas do seu quartel (1631); e as ruínas da antiga Casa do Faroleiro (séc. XIX)." Na primeira etapa, estão previstos oito resultados com 23 atividades.

Na segunda etapa, de maior estruturação, serão dois resultados com cinco atividades. "Está previsto um relatório, que, além de apontar quais recursos naturais estão mais ameaçados em Suape, vai propor soluções e estratégias de mitigação, além de subsidiar programas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) a quem utilizar os recursos hídricos e florestais no território, de forma que possamos prestar serviço de compensação ambiental", explica Gusmão.

Nesta fase também haverá estudos para identificação dos potenciais parceiros e gestores na implementação de um possível "Unesco Global Geopark", ou seja, um parque geológico. "O Parque Armando Holanda é reconhecido como marco geológico mundial por ser o ponto de ruptura do continente Gondwana, dando origem ao Oceano Atlântico e aos continentes do hemisfério sul. E a Unesco tem defendido a criação de geoparques em regiões como esta, que agrega importância histórica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica e científica. Neles, é possível contar a evolução dos continentes, trabalhando com o tripé conservação, educação e desenvolvimento sustentável", ressalta o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti.

A capacitação dos stakeholders envolvidos e a divulgação das informações levantadas compõem a terceira etapa, que culmina com um seminário de conclusão do programa. "A construção coletiva de soluções, sensibilização e disseminação do conhecimento entre as comunidades e demais partes envolvidas é fundamental para que todos se apropriem dessas soluções e se beneficiem delas, além de perpetuá-las", observa a coordenadora de Desenvolvimento Ambiental e Sustentabilidade, Rafaela Viana. "Esta articulação de diferentes planos de ação, modelos de gestão, fomentação da educação e preservação da cultura é o que permite a redução da vulnerabilidade às alterações climáticas. Quando conservamos o meio ambiente, naturalmente temos um reflexo positivo no clima".

Entre 2016 e 2018, Suape teve outro Acordo de Cooperação com a Unesco, que traz subsídios para esse novo trabalho. Uma das soluções apontadas foi a gestão integrada do PMAHC, cuja viabilidade será detalhada nesse novo projeto.



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