Lançado ontem, programa vai traçar ações para Porto e entorno
Mesmo antes de ser lançado, o novo Plano Diretor do Complexo Industrial Portuário de Suape já permeia algumas ações, pelo menos no que diz respeito ao meio ambiente. Projetos como a ampliação da zona de proteção ecológica de 48% para 59%, por exemplo, são resultado dele. Em meio a um passivo ambiental próprio superior a 200 hectares para recuperar, foi oficializado ontem o Programa Suape Sustentável, que pretende reunir poder público, organizações de classe e a iniciativa privada para traçar ações não só no Porto, mas no seu entorno. O Governo do Estado e a administração portuária garantem que a preocupação veio em tempo hábil.
“O meu sentimento é que não existia a expectativa de um ritmo de investimentos tão intenso. Muito se fala do passivo e pouco se fala do ativo ambiental. O novo Plano Diretor trará um grande avanço. Nenhum complexo industrial ou portuário do mundo tem metade do espaço de proteção ecológica”, apontou o vice-presidente do terminal marítimo, Frederico Amâncio. Segundo ele, 36 hectares do passivo estão sendo trabalhados atualmente. Outros 92 hectares foram autorizados para plantio. O restante deve ser incorporado no próximo mês.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e presidente do Porto, Geraldo Júlio, também rebateu as críticas de uma possível demora para tratar das questões ambientais, classificando-as como “piada”. “Suape foi eleito diversas vezes o melhor porto público do País e ganhou prêmio de melhor qualidade ambiental. Sustentabilidade é ter um processo produtivo cada vez mais eficiente e com tecnologia avançada. É isso que temos aqui”, afirmou.
Entre os projetos assinados ontem pelo governador Eduardo Campos, ficou pré-acertado que a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) implantará um Centro de Defesa Ambiental. “Trata-se de uma estrutura para atuarmos de maneira imediata em casos de acidentes (como vazamentos de petróleo)”, explicou o presidente da Rnest, Marcelino Guedes. O Governo fechou ainda um aditivo no valor de R$ 11 milhões relativo ao convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o controle urbano ambiental nos municípios que fazem parte do território estratégico do Complexo.
Em um discurso que defendeu o fim da desigualdade na região, Campos disse que o Programa Suape Sustentável é “mais um passo para a institucionalidade de uma nova governança” em Suape. Só no Porto precisam ser injetados R$ 4 bilhões em infraestrutura nos próximos anos, além de R$ 6 bilhões no entorno. “Vamos ser a primeira economia do Nordeste mais uma vez”, emplacou o governador.
Fonte: Folha de Pernambuco (PE)/AUGUSTO LEITE
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