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Superporto: disputa entre quatro áreas

Codesa já lançou edital para o terminal de águas profundas

O porto de águas profundas, um empreendimento reivindicado pelos vários segmentos que atuam na área portuária e de comércio exterior, começa a sair do papel. A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) lançou edital para contratar a empresa que fará os estudos e os projetos na área de engenharia e de transporte para o novo terminal.

Localizações

7 áreas
Foi o número, inicialmente, apontado na costa do Estado para a construção do porto de águas profundas.

4 áreas
A vencedora da licitação vai desenvolver os estudos tomando por bases quatro sugestões para sediar o terminal
Os estudos que serão desenvolvidos pela empresa vencedora da licitação vão subsidiar a autoridade portuária (Codesa), a respeito da decisão de implantação do porto de águas profundas, na costa do Espírito Santo. Ou seja, é com base no estudo que será definida a localização do superporto, que tem pelo menos quatro áreas candidatas.

A Codesa fornecerá  às empresas  licitantes o Plano Estratégico de Logística e Transporte do Espírito Santo (Peltes) elaborado sob a coordenação da Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas (Setop) e o estudo conceitual Portaes, contratado pela Prefeitura Municipal de Vila Velha e pela Associação dos Empresários de Vila Velha (Asevila).

No estudo do Peltes foram sugeridas três áreas para a implantação do porto de águas profundas: ponta de Tubarão (Vitória), Barra do Riacho (Aracruz) e Ubu (Anchieta). No estudo da Asevila, a indicação é o litoral de Vila Velha, entre Interlagos e Ponta da Fruta.

O coordenador do Comitê de Logística do Espírito Santo em Ação, José Roberto Salomé, avalia que a localização do porto vai depender, basicamente, de qual política o governo estadual tem para o desenvolvimento da questão portuária no Estado.

"De onde virá o dinheiro e como seria a operação/gestão do porto" são questões que devem estar bem claras quando for o momento de definir a localização do porto, destaca. A vocação principal do novo porto público, explica, será a carga conteinerizada, mas o terminal terá também que atender a todos os operadores e a todo o tipo de carga.

Na avaliação do representante do Espírito Santo em Ação, o governo estadual precisa trazer para si a responsabilidade de coordenar as ações que dizem respeito à implantação do porto de águas profundas. "Não pode ser um projeto de governo, tem que ser um projeto do Estado do Espírito Santo", avisa.

Quanto à localização do porto, o Espírito Santo em Ação, explica Salomé, não faz a defesa dessa ou daquela área. Ele lembra que os estudos do Peltes apresentam três sugestões, mas o trabalho precisa ser aprofundado. "A grande discussão deve ser em cima de um trabalho técnico que aponte o local que apresenta melhor viabilidade", argumenta.

Mesmo sem apontar a melhor localização para o superporto, Salomé cita alguns itens que precisam ser considerados: acesso fácil, área para desenvolvimento das indústrias, retroárea para armazenamento de cargas e condições físicas do porto,  para ter o menor impacto ambiental. Ele avalia que uma decisão mais sustentável seria construir o terminal onde já existe atividade portuária.

Projeto é prioridade

O Porto de águas profundas do Espírito Santo é um dos quatro projetos prioritários da Secretaria Especial de Portos (SEP). O ministro Leônidas Cristino fez a declaração aos representantes da Associação Brasileira de Municípios Portuários (ABMP), em reunião, em Brasília. O prefeito de Vitória foi representado por Luiz Fernando Barbosa.
Navio Cornelius Maersk - Editoria: Economia AG - Foto: Divulgação
Veja as características de cada área

Vila Velha
Vantagens:  descentralização industrial e urbana; grande disponibilidade de retroárea para complexo industrial

Desvantagens:  cais de operação distante três quilômetros da retroárea do porto; influência as condições do clima (vento)

Ubu
Vantagens: reforça a descentralização do eixo ES/RJ/SP; facilidade de operação em granéis sólidos

Desvantagens: precisa de atenção às praias, para evitar erosão marinha; acompanha os novos projetos da Vale e reforça o polo da Samarco

Barra do Riacho
Vantagens: potencial com acesso a todos os modos de transporte; reforça a descentralização gerada
pela Fibria e pela Jurong

Desvantagens: impacta fauna e flora marinha na área de construção; requer dragagem, em volume substancial, e aterros

Praia Mole
Vantagens: reforça a plataforma logística existente; não impacta a fauna e flora, porque as zonas protegidas já estão definidas

Desvantagens: reforça a centralização urbana e industrial em torno de Vitória; está numa área urbana congestionada e, por isso, requer grandes investimentos

Fonte: A Gazeta (Vitória) ES/Rita Bridi






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