Após um dia e meio, terminou ontem o bloqueio de pescadores ao complexo portuário do Itajaí (SC). O movimento começou na segunda-feira e cerca de 200 barcos de pesca travaram o acesso e o canal de navegação. Um transatlântico foi cercado e depois liberado para seguir viagem.
Os pescadores protestaram contra portaria do governo federal que proíbe a captura de espécies consideradas ameaçadas de extinção, como os peixes namorado, garoupa e cação. Seis embarcações (incluindo navios de carga e balsas) foram impedidas de entrar ou sair do porto devido ao protesto. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Armadores e Indústria da Pesca (Sindipi) e Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Pesca (Sitrapesca).
A suspensão do bloqueio foi feita após o ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, anunciar cinco pontos ontem à tarde. Entre eles, Barbalho garantiu a criação de um grupo de trabalho para tratar dos pedidos dos sindicatos; a criação de outro grupo de trabalho mais amplo, incluindo representantes do setor e pesquisadores; e uma audiência pública com ele e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, amanhã.
O complexo de Itajaí é o segundo do país em movimentação de contêineres, onde estão as cargas de maior valor agregado. O primeiro é Santos. Um navio programado para atracar no terminal da Portonave ficou 12 horas parado devido ao episódio. "Assim como a pesca, a atividade portuária é importante para a economia da a região e a não operação dos portos traz prejuízo para a cadeia logística como um todo", disse o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari Ribas. Ele disse não ser possível calcular prejuízos, mas afirmou que o efeito é em cadeia, influenciando a rotação do navio em outros portos.
Já a APM Terminals, que também controla um terminal no porto, disse não ter sido afetada.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | De Santos
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