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Terminal de Cruzeiros, em Itajaí, planeja a nova temporada de cruzeiros

ITAJAÍ - O Terminal de Cruzeiros Guilherme Asseburg, em Itajaí, recebeu ontem o último transatlântico das escalas 2012/2013, mas o trabalho do turismo não terminou com a passagem do Imperatriz, da armadora Pullmantur Cruises. Ao mesmo tempo em que o navio deixava a cidade, representantes da prefeitura participavam da Seatrade Miami, uma das principais feiras mundiais da indústria de cruzeiros. O objetivo é traçar metas para a próxima temporada e estreitar relações para trazer mais cruzeiros de longo curso ao Litoral catarinense, aumentando o número de visitantes estrangeiros com maior poder aquisitivo.

Entre novembro de 2012 e março de 2013, Itajaí contou com 34 escalas e 56,8 mil passageiros – cerca de 17 mil viajantes e 10 paradas a mais do que na temporada anterior. Nos últimos meses, os visitantes deixaram cerca de R$ 6,3 milhões no Litoral Norte e no Vale do Itajaí, conforme estudo do turismo municipal que aponta gasto médio diário de R$ 122 por pessoa.

– Tivemos aumento de 20% na movimentação do píer e nossa avaliação é bastante positiva – comenta o diretor de Planejamento da Secretaria de Turismo, Darlan Martins.

A maioria das embarcações trouxe turistas brasileiros, com apenas três transatlânticos desembarcando turistas internacionais. Para 2013/2014, três escalas de fora do país já estão definidas, com bandeiras da Alemanha, Bahamas e França.

– Embora os cruzeiros internacionais geralmente tenham menos passageiros, o poder aquisitivo é maior. Envolve um público que gasta mais, e é mais atrativo.

O próximo período de navios começa em 15 de novembro, e 29 viagens já foram confirmadas. A expectativa é trazer mais um armador, com o objetivo de pelo menos manter o número de atracações da temporada que acabou de terminar. Os receptivos também serão aprimorados com novos materiais informativos, como um guia turístico apresentando os cartões postais da cidade e os locais de lazer. Estão sendo planejados, para este segundo semestre, cursos profissionalizantes gratuitos para os envolvidos no atendimento e receptivo dos cruzeiros.

Entre os obstáculos ao setor, estão o crescimento do mercado na China, a recuperação de parte do mercado europeu, as leis brasileiras que exigem percentual maior de tripulantes nacionais nos navios e a infraestrutura portuária ainda problemática em algumas regiões.

Fonte: Jornal de Santa Catarina/VICTOR PEREIRA

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EBX quer Petrobras como "âncora" do porto do Açu

O plano do empresário Eike Batista para receber ajuda da Petrobras depende de convencer a estatal a instalar no porto do Açu, da LLX no norte fluminense, toda a base logística da companhia para o pré-sal - algo gigantesco. Transformar a Petrobras em "âncora" do Açu poderia resolver grande parte dos problemas de Eike, facilitando a engenharia financeira do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, mas parece que falta combinar com a direção da petrolífera.

O grande problema em relação a isso é que a Petrobras pode não precisar do Açu, que também não parece ser a melhor opção logística para ela. O porto de Eike Batista fica ao norte do centro de gravidade da Bacia de Campos, já atendida por Macaé. E está longe da principal área produtora do pré-sal - o polo de Tupi, na bacia de Santos.

Além disso, há falta de água e de energia elétrica o suficiente. As usinas térmicas no local ainda não saíram do papel. A MPX Açu II seria construída para gerar 3.300 megawatts (MW) usando como combustível gás produzido na bacia de Campos, mas até agora o único gás descoberto pela OGX foi no Maranhão. E os projetos para construção de térmicas a carvão da MPX Açu I em São João da Barra enfrentam problemas com as licenças ambientais e não conseguiram ir adiante, pelo menos até agora.

Segundo fonte próxima do empresário, Dilma teria dito que desejaria apoiá-lo nos projetos de infraestrutura

Os problemas de Eike Batista pioraram quando ele estourou seu limite de crédito em bancos nacionais que eram grandes financiadores do grupo EBX no Brasil. Segundo fontes do mercado, Batista captou bilhões em nome da sua holding, a EBX, dando como garantia ações das companhias abertas do grupo, principalmente a OGX. Quando as ações começaram a se desvalorizar na BM&F Bovespa, os empréstimos ficaram com garantias insuficientes e Batista precisou cobrir a diferença com papéis de outras empresas do grupo.

Há aproximadamente dois meses, já sabendo dos problemas do empresário, a presidente Dilma Rousseff teria perguntado a ele o que o governo poderia fazer para ajudar. A avaliação de vários observadores é que Dilma gosta do tipo de projetos da EBX - com infraestrutura de grande porte, estruturantes e intensivos em capital. E os quais ela considera necessários para o país. Batista teria respondido que isso poderia ser feito por meio da Petrobras. O encontro com a presidente em Brasília na quinta-feira da semana passada seria um desdobramento, já com o BTG Pactual no negócio.

As operações da Petrobras são gigantescas e com o pré-sal devem dobrar de tamanho em algum momento da próxima década. Ter a Petrobras no Porto do Açu garantiria a instalação de berços para atracação de petroleiros gigantescos, navios de apoio, dutos de escoamento e estações de tratamento de óleo e de gás e terminais para armazenamento do petróleo cru.

Segundo uma fonte próxima do empresário, Dilma teria dito a alguns interlocutores que desejaria apoiar Eike Batista na alavancagem de seus projetos, o que pode explicar a elevada participação do BNDES nos projetos do grupo. Mas recentemente a presidente da Petrobras, Graça Foster, negou que esteja negociando qualquer coisa com o empresário.

A engenharia financeira por trás do plano da EBX de ter a Petrobras no Açu prevê, como atrativo, a possibilidade de financiamento da logística necessária para a Petrobras começar a construir toda a infraestrutura que precisará ter para acompanhar o crescimento da produção dos campos do pré-sal na Bacia de Santos. A avaliação de algumas fontes é que a companhia tem crédito, indubitavelmente, mas está com um gargalo no caixa e poderia achar vantajoso ter investimentos fora do seu balanço.

A direção da estatal já disse que não vai investir seu dinheiro nessa infraestrutura, o que significa que deve pagar pelo aluguel de áreas onde investidores privados erguerem os projetos - obviamente com a participação dela nas decisões. "A Petrobras precisa de um porto para a infraestrutura do pré-sal. O André [Esteves] visitou o Açu e o acordo deles é por projeto", disse.

Sobre o tema, uma fonte na estatal disse apenas que o mercado está subestimando - e muito -, a capacidade da companhia em obter crédito. A Petrobras ainda está fazendo análises sobre a logística do pré-sal, que por enquanto está usando espaço em portos diferentes no Rio de Janeiro e São Paulo. Certamente seus sócios na área, as multinacionais BG, Repsol Sinopec e Galp, só para citar alguns, devem se preocupar com os custos. Mas faz sentido que a presença dela no projeto torne a equação mais fácil.

Um empresário lembra que Esteves é sócio da Caixa Econômica Federal no banco Panamericano e pode montar operações com bancos estatais que podem ser fundamentais para uma operação de salvamento do grupo X. "Ele pode liderar várias frentes, dar racionalidade e liderar a transição", diz. Também cita o modelo de gestão que o BTG costurou no acordo da TAM com a LAN para mostrar que aí pode estar o desenho da parceria Esteves-Batista. Mas nesse caso, as duas empresas já eram operacionais, o que não é o caso dos megaprojetos da EBX.

Pelo desenho ideal do grupo de Batista, o movimento seguinte à decisão da Petrobras de entrar no Açu seria o BTG Pactual colocar dinheiro de fundos administrados pelo banco, assim como de fundos de óleo e gás de outros gestores e bancos públicos (CEF, Banco do Brasil e BNDES), além dos fundos de pensão como Petros e Previ. "O André tem os fundos dele, mas não vão ser suficientes. Eles devem fazer um 'club deal' e os outros vão colocar dinheiro lá, como fizeram na Sete Brasil", cita uma fonte, se referindo à empresa que detém hoje uma enorme carteira de encomendas de sondas da Petrobras. E tem a própria estatal como acionista e um ex-executivo de confiança na presidência.

Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio






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