O leilão de concessão do terminal marítimo de passageiros do Porto do Mucuripe, em Fortaleza, vai ocorrer entre os meses de abril e julho de 2020. A informação foi confirmada pela Companhia Docas do Ceará, administradora do Porto, após o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ter afirmado, ontem (3), em uma rede social, que o Governo Federal vai conceder terminais portuários, começando pela Capital. A medida não afeta as operações de carga dos portos.
“O Governo de Jair Messias Bolsonaro quer aprimorar a vocação de nossos portos para abrir espaço ao turismo náutico no Brasil. Não faz sentido um dos litorais mais belos do mundo só receber sete cruzeiros por ano. Queremos autorizar novos terminais de passageiros com investimento privado e vamos começar anunciando em breve o leilão de concessão do terminal de Fortaleza”, disse o ministro.
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A Companhia Docas afirmou que o processo de arrendamento do terminal marítimo ocorrerá após o leilão, cujo edital está em fase de elaboração no Ministério da Infraestrutura, e deve ser publicado até o fim deste ano. Já o Ministério da Infraestrutura informou que o estudo de viabilidade e o edital para o arredamento já foram submetidos ao Tribunal de Contas da União (TCU). “Tão logo tenhamos uma posição da Corte de Contas, este Ministério poderá definir o cronograma para as próximas fases”.
Cruzeiros
Para Marco Ferraz, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), a concessão deve atrair mais empresas de cruzeiros ao Ceará. “Se tiver alguém da iniciativa privada desenvolvendo o terminal, que já está pronto, e que tenha dragagem, pode trazer atenção das empresas para avaliarem se daria para fazer roteiros mais longos ou deixar um navio no Nordeste”, disse.
Segundo ele, a logística aérea também é muito importante para o fortalecimento do setor no Estado. “Fortaleza e o Ceará implementando uma política de maior atração e competitividade pode sim chamar atenção de cruzeiros. Por ter uma logística aérea muito mais rica com conexões tanto da Europa, Estados Unidos, América do Sul, e dentro do Brasil, isso ajudaria muito a encher um navio”, explica.
Fatores
Segundo o secretário do Turismo do Estado, Arialdo Pinho, para alavancar o número de cruzeiros no Brasil e no Ceará é preciso, além da concessão, mais incentivos e diálogo entre os entes envolvidos. “O porto precisa ter vários fatores para funcionar bem. Se não tiver incentivos (fiscais)não adianta. É zero o diálogo nesse Governo”, criticou.
Pinho reiterou que a atração de cruzeiros vai depender da qualidade do administrador portuário. “Nós temos conversado com o segmento de estaleiros, mas eles precisam acreditar mais no País. Nós temos um bom diálogo com o presidente da Clia (Marco Ferraz). Eu luto há muito tempo por uma linha nacional, que saia do Nordeste e vá até Santos”.
De acordo com o secretário, as negociações do Estado com setores ligados aos cruzeiros é para uma rota, ligando Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza. “De seis a oito vezes por ano, uma viagem de sete dias. A pessoa chegaria de navio e retornaria de avião. A ideia é fazer um combinado. Eles (empresas de cruzeiros) sonham com isso, mas têm muitas variáveis. Não depende só de um porto. As praticagens são muito caras e tudo isso é um grande desafio”.
Fonte: Diário do Nordeste