Receba notícias em seu email

MSC

Terminal reforça competitividade da indústria do CE

O Porto do Pecém criou um novo fator de competitividade para a indústria do Ceará, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Roberto Macedo, que aponta o terminal como "um dos mais completos polos para a localização de negócios industriais e portuários do Nordeste". "O Porto do Pecém hoje dispõe de infraestrutura completa para atender às necessidades dos mais diversos tipos de indústria", garante.

Segundo Macedo, a condição geográfica do terminal, garantindo o menor tempo de trânsito entre o Brasil, os Estados Unidos (seis dias) e a Europa (sete dias), funciona como um dos fortes atrativos para conquistar os armadores e impulsionar as exportações cearenses. As ampliações pelas quais o porto está passando, com o novo terminal de Múltiplos Usos já funcionando e permitindo a expansão das movimentações, também reforçam a sua competitividade.

"Hoje, (o terminal) escoa grande parte da nossa produção de castanha de caju, frutas, calçados, ceras vegetais, assim como é o porto de entrada de produtos siderúrgicos, aço e ferro, insumos para a indústria. O Porto do Pecém tem grande vocação para se tornar um ´hub port´ (porto concentrador) e atrair um número maior ainda de empresas interessadas em exportar", afirma o presidente da Fiec.

Consolidação

Segundo ele, a consciência de que o processo de internacionalização da economia cearense precisa se consolidar está cada vez mais forte. "Para que ele ocorra de forma organizada e ´cost-effective´, o Ceará deve se dotar de um planejamento estratégico na área de comércio exterior e, em especial, nas exportações".

Para Macedo, o desempenho econômico e, principalmente, exportador do Estado se deve a dois pontos. "O primeiro se relaciona às vantagens naturais que o Ceará apresenta em termos de potencial exportador, com clima favorável à agricultura irrigada, uma mão-de-obra relativamente barata para os padrões brasileiros e uma posição geográfica favorável quanto a mercados importantes, como Europa e Estados Unidos; o segundo ponto diz respeito às vantagens competitivas que foram construídas a partir da decisão de se investir em um complexo portuário, numa política de incentivos fiscais para atrair pequenos, médios e grandes empreendimentos e a criação de uma ZPE, além do esforço constante que a Fiec vem fazendo no sentido de fortalecer cada vez mais a nossa indústria".

A perspectiva de que o Pecém se torne um ´hub port´ também favorece a indústria, uma vez que haveria uma acréscimo substancial na quantidade de navios que chegarão ao Estado, concentrando rotas e reduzindo o número de escalas.

Complexo aos poucos atrai indústrias e ganha forma

A ideia de criação de um novo porto no Ceará veio da decisão de se criar condições favoráveis para o estabelecimento de um parque industrial forte no Estado, que remexesse com a frágil economia cearense. Daí, a criação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), que pretendia, desde o início, abrigar as mais diferentes indústrias polarizadas pelas usinas de siderurgia e refino. Hoje, o complexo ainda não se firmou como realidade visível, mas já fervilha de perspectivas, diante da enorme procura de investidores que apostam no futuro da área.

Atualmente, o Cipp possui oito empresas instaladas, que envolveram investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em sua construção e hoje são responsáveis por 1.544 empregos na região. Além destas, outras sete indústrias estão em fase de instalação, respondendo por investimentos bem superiores, da ordem de R$ 14,4 bilhões, capitaneados pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e pela MPX - Pecém Geração de Energia. Todos juntos somam uma geração de mais de 15,1 mil empregos, sendo 14 mil somente da CSP.

A quantidade de indústrias ainda é bem inferior ao que se encontra no complexo industrial de Suape, em Pernambuco, por exemplo, ou de Camaçari, na Bahia. No primeiro, são 97 empresas instaladas ou em construção e, no segundo, já são mais de 300 unidades industriais. Lógico, é preciso levar em consideração que estes dois polos já existem há bem mais tempo. Camaçari tem seu início remontando aos anos de 1970. Nessa mesma época, começava-se a ser elaborado do plano diretor para a instalação de Suape. Pecém, que teve seus estudos iniciais na década de 1990, começa agora a ver sendo delineada a montagem de seu complexo industrial.

Crescimento gradual

O presidente da Adece, Roberto Smith, admite que o crescimento industrial do complexo industrial do Pecém poderia ter sido bem mais rápido. "Mas o processo de decisão de descobrimento, de conscientização da iniciativa privada é gradual, mas tem um processo natural de aceleração. A demanda de investimento pra área do retroporto hoje é intensa, envolvendo capitais de toda ordem, aonde a gente tem que trabalhar dentro do processo de atendimento dos setores já instalados, das empresas que ainda pretendem vir a se instalar, sobretudo no conteúdo de inovação que vai significar pro Ceará", aponta Smith.

Área de influência

"Tão importante quanto o porto é o seu retroporto", ensina Roberto Smith. O retroporto é a área por trás do porto, onde se cria toda uma região de influência do terminal portuário. E, segundo Smith, no caso do Pecém, essa região extravasa o complexo industrial e portuário, vai além até mesmo dos municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, por onde se espraia o complexo. "A área de influencia é até o Piauí, norte da Bahia, é bem mais além do que os píeres do porto", conclui.

Conforme ele, nem sempre os empresários querem ficar exatamente no Pecém, mas perto. "Se tiver meio de transporte e logística adequada, pode ficar a 50 quilômetros do Pecém, por exemplo". Smith defende, portanto, um planejamento urbano conjunto e mais firme para a região.

"Não é uma coisa que vai ser responsabilidade só de uma prefeitura de Caucaia ou São Gonçalo do Amarante. Nós estamos pensando em um processo mais amplo, de uma metropolização que seja colocada em termos de algo que salta de Fortaleza e que deverá se situar em Pentecoste, ao meu ver. Precisa acessibilidade e infraestrutura urbana necessárias", acrescenta.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/SÉRGIO DE SOUSA






PUBLICIDADE




   Zmax Group    ICN    Antaq
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira