O crescimento do transporte hidroviário brasileiro e os investimentos na modernização e ampliação das bacias hidrográficas. Estes foram os temas debatidos durante o painel “O mito do transporte hidroviário no Brasil”, realizado nesta segunda-feira (21/05) durante o 7º Encontro de Logística e Transporte da Fiesp.
O diretor da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), Tiago Pereira Lima, destacou que as hidrovias podem ótima oportunidade de negócios para a indústria brasileira, principalmente para o setor de alimentos. O Brasil, informou o diretor da Antaq, utiliza apenas 13 dos 30 mil quilômetros de vias disponíveis nas sete bacias hidrográficas.
“O transporte pela navegação marítima teve crescimento em todas as regiões. Em 2011, o transporte em vias interiores foi responsável pelo envio de quase 80 milhões de toneladas. Um crescimento de 7,3% comparado em 2010” avaliou Lima.
O grande desafio para o setor, de acordo com o diretor da Antaq, está na construção de 27 eclusas prioritárias nos rios brasileiros próximos anos - cada eclusa custa, em média R$ 11,6 bilhões, segundo Pereira Lima.
1.9 bilhões em investimentos
Os investimentos do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), chegam a R$ 1.9 bilhões em obras de modernização e construção de novos terminais, disse o diretor de infraestrutura aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Adão Magnus Marcondes Proença.
“Hidrovia, propriamente ditas, o Brasil têm poucas. Hoje o que nós temos são grandes possibilidades de navegação e com os investimentos do governo federal podemos transformas os rios em meio de transporte”, garantiu Proença.
Para fomento do modal hidroviário, a alternativa seria a desoneração tributária, sugeriu Luís Lopes Siqueira, representante do Sindicato das Empresas de Administração do Estado de São Paulo (Sindaesp) e da Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário (Fenavega).
Na visão de Siqueira, a desoneração poderia funcionar como uma meio de compensar os benefícios ambientais proporcionados pelo setor hidroviário, totalmente dependente do sistema multimodal. “A troca do modal rodoviário para o aquaviário incide na cobrança de imposto, o que prejudica a competitividade da indústria nacional”.
Ele elogiou a decisão do Senado e criticou Estados que concedem incentivos fiscais para importadores.
"Não dá para ficar dando vantagem fiscal para quem quer ficar exportando empregos brasileiros", disse.
O presidente da JAC Motors no Brasil disse que a mudança do porto atende à necessidade logística de criar uma rede de distribuição nacional, a partir da Bahia, onde a empresa passará a fabricar carros em 2014. O investimento na fábrica é de R$ 900 milhões.
Fonte:Flávia Dias, Agência Indusnet Fiesp
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