Rio de Janeiro - A Log-In, que opera o Terminal de Vila Velha (TV), lançou ontem, no estaleiro Eisa, no Rio de Janeiro, o porta-contêiner Log-In Jacarandá. A embarcação, que tem capacidade para transportar 2.88 teus, ou cerca de 38 mil toneladas de porte bruto, vai ser utilizado no transporte de cabotagem, ou seja, entre portos do próprio país. O TVV será um dos terminais em que a nova embarcação vai operar.
O Log-In Jacarandá é o primeiro porta-contêiner construído no Brasil neste século. A embarcação é a primeira de uma encomenda de sete navios feita ao Eisa. O investimento é de cerca de R$ 1 bilhão, financiado com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). O Bndes é o agente financeiro do projeto.
Segundo o presidente da Log-In, Mauro Dias, o lançamento da embarcação marca um momento histórico na cabotagem brasileira, pois há cerca de 15 anos não são construídos navios deste gênero no país. “Estamos investindo na cabotagem, renovando a frota de navios mercantes da bandeira brasileira e contribuindo para a retomada da indústria naval do país", destacou.
O pacote encomendado ao estaleiro Eisa é composto por cinco navios porta-contêiner e dois navios graneleiros. Os graneleiros, com capacidade para 80 mil toneladas, serão utilizados para o transporte de bauxita na Região Norte. Os porta-contêineres serão utilizados para o transporte de produtos petroquímicos, siderúrgicos, eletrodomésticos, linha branca, cargas refrigeradas e outras. Todos eles poderão operar no TVV, o que pode ajudar no crescimento da movimentação no complexo portuário de Vitória, hoje limitado pela pouca profundidade.
O Log-In Jacarandá, ainda ficará no estaleiro para a conclusão de sua construção, como pintura e a parte mecânica. A embarcação entrará em operação no início de 2011, no serviço de navegação costeira que liga os principais portos do Brasil ao Mercosul. Cerca de 3 mil pessoas trabalharam, por dois anos, na construção da embarcação.
A embarcação pesa cerca de 10 mil toneladas vazia (o peso equivale a 20 mil carros) e pode chegar a 47 mil toneladas carregada. Tem comprimento total de 218,45 m (foi a embarcação de maior comprimento já construída no Eisa), largura de 29,80 m e calado máximo de 11,60 m. Segundo Dias, a cada viagem da embarcação será possível retirar cerca de 2.800 caminhões das estradas brasileiras.
Com esse calado, o navio pode operar nos principais portos do país, inclusive o TVV, explica o diretor de Navegação da Log-In, Rômulo Otoni. O estaleiro já iniciou a construção de outras embarcações encomendadas pela Log-In Logística e a estimativa é que sejam entregues de três a quatro navios por ano.
A navegação de cabotagem, segundo Dias, deverá registrar crescimento nos próximos anos. O potencial da atividade é uma das razões que levaram a Log-In a investir na frota própria .
A repórter viajou a convite da Log-In
Madrinha e homenagem às árvores do país
Da solenidade de batismo do navio porta-contêiner Log-In Jacarandá participaram o vice-presidente da República José Alencar, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A madrinha foi Mariza Campos Gomes da Silva, a esposa de Alencar. O navio lançado ontem foi batizado com o nome de Jacarandá. Os nomes das duas embarcações, já em construção, serão Jatobá e Jequitibá. É uma homenagem às árvores da flora brasileira. Os nomes das demais embarcações da Log-In ainda não foram definidos.
Indústria naval deve continuar aquecida, diz ministro
Rita Bridi
rbridi@redegazeta.com.br
A indústria naval brasileira está registra um dos seus melhores momentos e deve continuar aquecida por um prazo bem longo. Segundo o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, alavancado pelo segmento de petróleo e gás, a indústria naval emprega hoje mais de 45 mil pessoas.
“É uma área que tem crescido extraordinariamente e vai continuar crescendo”, disse o ministro em entrevista concedida após a solenidade de batismo do navio Log-In Jacarandá, no estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.
O setor de petróleo e gás, disse o ministro, é o que mais puxa o crescimento da indústria naval, respondendo hoje, por 60% das embarcações já encomendadas. E a tendência é de crescimento acentuado nos próximos anos, com as encomendas que virão para a produção nas áreas do pré-sal.
Passos lembrou que a indústria naval, na década de 70, foi a segunda mais importante no mundo e empregava cerca de 30 mil pessoas. Depois entrou em crise, as indústrias foram fechando e setor ficou com apenas 2 mil trabalhadores. O setor deu a volta por cima e já está empregando 45 mil pessoas.
Para 2010 já existem 97 embarcações em processo de produção. Para 2011 já estão contratadas 135 embarcações nos vários estaleiros em operação no país.
Segundo o diretor do Eisa, Jorge Gonçalves, a indústria naval brasileira vive um momento especial. “Enquanto a indústria naval no mundo está com vários estaleiros fechando, no Brasil a situação é bem melhor. Na navegação naval é no Brasil que as coisas estão acontecendo”, destacou.
Fonte: A Gazeta (Vitória) ES/Rita Bridi
PUBLICIDADE