Um estudo de viabilidade técnica para a inclusão das operações de importação de fertilizantes na região do Porto de Santos, chamada Outeirinhos — área altamente produtiva do terminal — utilizou modelos matemáticos criados por especialistas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, do Departamento de Engenharia de Produção (PRO) e da Fundação Vanzolini. O objetivo é superar desafios logísticos, aumentar a oferta e facilitar o escoamento desse tipo de produto no local.
O estudo foi desenvolvido para a Hidrovias do Brasil e contou com a participação de uma equipe de consultores da Fundação Vanzolini e do Centro de Inovação em Logística e infraestrutura Portuária da Universidade de São Paulo (CILIP).
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A empresa Hidrovias do Brasil prevê que, com as medidas implantadas, o terminal por ela administrado possa chegar ao volume de importação de fertilizantes na casa 3,5 milhões de toneladas por ano. Com a projeção de cerca de 500 mil toneladas sendo movimentadas por meio o modal ferroviário após a integração.
O Porto de Santos, em 2023, foi responsável por movimentar quase 1,5 milhões de toneladas do produto. E, em 2024, o Brasil registrou um volume recorde na importação no mês de janeiro, com um total de 2,77 milhões de toneladas de fertilizantes.
De acordo com o professor doutor Daniel Mota, do PRO, os especialistas “lançaram mão de modelos matemáticos capazes de dimensionar o sistema, analisar a capacidade de recebimento, armazenamento e expedição do terminal para medir tanto o impacto da inclusão deste novo tipo de carga (fertilizante) como a interferência desta nova operação nas empresas que hoje atuam na região”.
Nos últimos anos o mercado mundial de fertilizantes enfrenta desafios onde, em momentos de crise, como a Pandemia de covid-19 e o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, chegou-se a interromper essa cadeia de suprimentos. Ou seja, a logística de Outeirinhos é importante para o fornecimento de um dos principais insumos do agronegócio brasileiro.
A partir desse estudo os especialistas projetam o aumento da importação de fertilizantes no terminal portuário, algo que aproveitará a estrutura logística que antes era fundamentalmente dedicada ao açúcar, soja e milho.
No projeto, as empresas identificaram padrões operacionais que devem ser considerados para que a inclusão deste novo produto gere o mínimo de prejuízo aos operadores que hoje atuam na região.