A empresa alemã viastore systems, integradora de soluções focadas em sistemas de automação para logística, começa neste mês a operar no Brasil. No país há um ano desenvolvendo a criação e a estratégia da marca, a companhia instalou-se em Campinas (SP) e pretende investir € 3 milhões ao longo de 2013 e 2014.
"Viemos para o Brasil num projeto de médio e longo prazos. O negócio de automação de logística ainda é recente no país e temos uma visão estratégica de que o Brasil estará maduro em até quatro anos", diz Paulo Franceschini, presidente da operação nacional.
Em um mercado em que prevalece a concorrência estrangeira, com empresas como Dematic, TGW e Stöcklin, além da brasileira Scheffer, a viastore pretende priorizar o atendimento à indústria de alimentos e congelados.
"O setor tem alta sazonalidade, uma complexidade logística bastante grande, uma série de exigências legais e parte delas se consegue atender com a automação. Além disso, no caso dos congelados, a automação passa a ser uma exigência, por conta do ambiente inóspito", afirma Franceschini, ressaltando que, por enquanto, a empresa só tem projetos na área, sem contratos estabelecidos.
O trabalho da viastore inclui a venda de soluções em sistemas de separação de pedidos e de armazenamento, assim como centros de distribuição e logística, consultoria, planejamento e realização de novas instalações. A escolha de Campinas se deveu à proximidade com os clientes-alvo e também levou em consideração a maior facilidade para encontrar mão de obra qualificada.
Criada há 40 anos, a empresa familiar atua nos Estados Unidos, Espanha, Holanda, França e República Tcheca, além da própria Alemanha. Os países do Bric, contudo, são a prioridade na expansão. A empresa iniciou a operação na Rússia em 2010, na China em 2011 e agora, com a abertura no Brasil, pretende fornecer serviços para outros países da América Latina.
O faturamento esperado pelo grupo para 2012 está na casa dos € 110 milhões, alta de 15% sobre 2011. Para o Brasil, a ideia é atingir o "break even" (ponto de equilíbrio, no qual o total de receitas é igual ao total de despesas) em 2014 e, a partir de então, ter um faturamento constante no intervalo de € 3 milhões a € 5 milhões.
Até então com a produção de equipamentos concentrada na Alemanha, a empresa começa a fabricar na China neste trimestre. Para produzir no Brasil precisaria de volume, mas, segundo Franceschini, o segmento não tem um mercado expressivo no país. "Nosso equipamento é baseado em aço e engenharia, mas o volume é muito baixo, ninguém fabrica no Brasil. Todos importam com uma tarifa muito baixa, próxima de zero. Se a demanda passar de 20 a 30 equipamentos por ano, começará a fazer sentido ter uma fábrica no país", diz o executivo.
Fonte: Valor Econômico/Por Beatriz Cutait | De São Paulo
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