O Instituto Aço Brasil estima que a produção de aço bruto no País em 2016 terá uma queda de 1% em relação a 2015, atingindo um volume de 32,920 milhões de toneladas. Será uma nova redução na produção, após o encolhimento de 1,9% no ano passado. "Vivemos a pior crise da história da siderurgia brasileira", disse o presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello Lopes.
O Aço Brasil espera que as vendas de aço no mercado doméstico recuem 4,1% ante 2015, para 17,418 milhões de toneladas. "Se levarmos em conta os dados desde 2014 teremos uma queda acumulada de 31%", afirma Lopes. Já para o consumo aparente de aço, a estimativa é de uma retração de 8,8%, para 19,407 milhões de toneladas.
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A expectativa é de que as exportações de aço terminem o ano de 2016 com um crescimento de 2,3% em volume, somando 14,046 milhões de toneladas. Se confirmadas, a receita obtida com as vendas ao mercado externo deve somar US$ 6,8 bilhões, alta de 3% na comparação com 2015.
O instituto estima, ainda, que as importações terão queda expressiva, de 38% em volume e de 38,7% em valor, em 2016. As siderúrgicas vêm sendo afetadas pela crise da indústria e de setores consumidores de aço, como o automotivo e o de construção civil.
Além disso, enfrentam um cenário marcado pelo excesso de aço no mundo - em torno de 720 milhões de toneladas - e pesada concorrência da siderurgia chinesa, que é acusada de vender seu aço a preços abaixo de mercado e receber subsídio do governo. As empresas do setor pedem aumento do imposto de importação de aço e medidas para facilitar o acesso ao mercado internacional.
Demissões
O setor siderúrgico brasileiro terminará o primeiro semestre de 2016 tendo demitido mais 11.332 pessoas, estima o Instituto Aço Brasil, que representa as companhias do setor. Os dados do diagnóstico incluem o desligamento de funcionários pela Usiminas em Cubatão (SP), e a CSN, em Volta Redonda (RJ). No acumulado de 2014 e 2015 as companhias fecharam 29.740 postos de trabalho e suspenderam outros 2.296 contratos de trabalho (o chamado lay off).
Ao longo de 2014 e 2015 foram desativadas ou paralisadas 74 unidades siderúrgicas,sendo quatro alto-fornos, oito aciarias, 14 laminadores, cinco unidades de mineração, uma coqueria, uma sinterização. A previsão é de fechamento de mais 23 unidades até o fim do primeiro semestre.
As siderúrgicas estimam que 9.102 postos de trabalho deixaram de ser gerados nos últimos anos em função do adiamento de US$ 2,9 bilhões em investimentos em 2014 e 2015. Ao fim de 2015 o setor siderúrgico empregava 109 mil pessoas.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/Estadão Conteúdo