A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta um superávit de US$ 46,934 bilhões na balança comercial deste ano, valor 138,4% superior ao registrado em 2015. Recorde histórico, o saldo no azul seria resultado de exportações US$ 187,504 bilhões e importações de US$ 140,570 bilhões. Porém, tanto as vendas como as compras no exterior fechariam 2016 em queda.
"Embora recorde, seria um superávit negativo, uma vez que as importações vão cair mais do que as exportações", disse o presidente da AEB, José Augusto de Castro.
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Ele destacou que este será o quinto ano de queda das exportações brasileiras. Desde 2011, os embarques ao exterior caíram 26,8%. Para 2016, a estimativa é de uma redução de 1,9% ante 2015, enquanto o total importado diminuirá 18%.
De acordo com o levantamento da AEB, os três principais produtos da pauta de exportação, soja em grão, minério de ferro e petróleo podem representar 23,1% das exportações em 2016, menos que os 24,5% em 2015. Pelo segundo ano consecutivo, a soja será o principal item de exportação do Brasil.
A AEB avalia, ainda, que apesar da taxa cambial mais favorável vigente no segundo semestre de 2015 e no primeiro semestre de 2016, a participação dos produtos manufaturados na pauta de exportação permanecerá praticamente inalterada em torno de 38%. Isso, enfatizou Castro, comprova que o câmbio ajuda, mas não resolve o problema do elevado "Custo-Brasil", que prejudica a competitividade na exportação.
Outra constatação é que a recente valorização cambial do real e a saída do Reino Unido da União Européia poderão impactar negativamente as exportações de manufaturados ainda em 2016. Pelo menos 60% das vendas externas estão concentradas na América Latina e nos Estados Unidos.
"Para 2017, de forma ainda preliminar, prevê-se crescimento do PIB próximo a 2% e taxa de câmbio ao redor de R$3,20, com exportações estimadas de US$190 bilhões, importações de US$155 bilhões e o superávit de US$35 bilhões", disse Castro.
A última estimativa da AEB para o desempenho da balança comercial foi feita em dezembro de 2015. O superado projetado anteriormente era de cerca de US$ 29 billhões.
Fonte: Jornal do Comercio(POA)