A África está finalmente vendo os benefícios da recuperação dos preços do petróleo em um momento em que as empresas estão ampliando as perfurações da Argélia à Namíbia.
As sondas estão voltando e as empresas de exploração estão ficando animadas novamente após um longo hiato durante a queda do preço do petróleo. De grandes empresas, como a Total, a firmas independentes, como a Tullow Oil, as empresas estão adquirindo direitos de exploração e fechando negócios.
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"Quem busca desenvolver negócios e tenta adquirir licenças ou formar parcerias na África Ocidental pode sentir a concorrência", disse Gilbert Yevi, vice-presidente sênior de exploração e produção da Sasol, em entrevista, na Cidade do Cabo, na África do Sul. "É como uma nova corrida do ouro da Califórnia."
Há um ano, o "upstream" (pesquisa e exploração de petróleo) na África era uma história muito diferente. Na maior conferência de petróleo e gás do continente, parecia que o petróleo simplesmente se manteria em US$ 50 por barril no longo prazo. Fora alguns projetos focados na África, como a Tullow em Gana, a atividade de exploração na maioria dos países estava no marasmo.
Mas no retorno da Africa Oil Week à Cidade do Cabo, nesta terça-feira (6), países de todo o continente planejam vender licenças de exploração ou levar grandes projetos adiante.
E o prêmio -- para empresas e países -- pode ser enorme. Pode haver ao menos 41 bilhões de barris de petróleo e 9 trilhões de metros cúbicos de gás a serem descobertos na África subsaariana, segundo relatório de 2016 do Serviço Geológico dos EUA.
Mais investimento em exploração
A Cairn Energy está avançando com seu projeto no Senegal, a maior descoberta de petróleo offshore de 2014, que deverá produzir 100.000 barris por dia. "Isso mudou completamente o potencial do Senegal de forma muito positiva", disse o CEO Simon Thomson, em entrevista. "Isso mostra o que pode acontecer por meio das sondas, por meio da exploração."
A Exxon Mobil busca na África Ocidental e no sul do continente a próxima grande descoberta do mundo e recentemente comprou uma participação em um bloco offshore de exploração de fronteira na Namíbia. Além disso, a empresa deverá investir centenas de milhões em Moçambique com a parceira Rosneft Oil e outras empresas de exploração em blocos obtidos em 2015.
Moçambique terá US$ 156 bilhões em receita fiscal com o projeto de gás natural liquefeito onshore da Exxon, segundo a empresa. A superpetroleira planeja ter a maior capacidade entre todas as instalações de GNL planejadas no norte do país.
Apesar de toda a empolgação, Yevi, da Sasol, sinalizou cautela. Nos booms anteriores, a indústria de petróleo africana caiu em diversas armadilhas. A primeira coisa a ser feita é aprovar projetos com rapidez suficiente para garantir que o continente não perca os benefícios de um período de preços mais elevados. "Quando o ciclo não é longo, às vezes só pegamos o fim dele na África", disse.
Fonte: Valor