Apesar da economia deprimida que derrubou a confiança da indústria, o economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida alerta que o governo, em vez de estimular o crescimento, deve anunciar mais cortes no Orçamento de 2014. Segundo Ávila, a presidente Dilma Rousseff mostra temer a ameaça de rebaixamento pelas agências de classificação de risco.
E compara o comportamento das agências de risco – em breve, a Standard & Poor's (S&P) virá ao Brasil – com as “missões” do Fundo Monetário Internacional (FMI).
“As visitas são para verificar se os gastos sociais estão sendo cortados para viabilizar a realização do superávit primário. Ou seja, a reserva de recursos para o pagamento da questionável dívida pública”, critica.
Ele acrescenta que o total dos cortes no Orçamento ainda não está definido pelo governo, mas as estimativas apontam para algo entre R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões.
“Interessante observar que tal valor não é suficiente para pagar sequer um mês de juros e amortizações da dívida pública. Enquanto o povo reivindica mais investimentos sociais, representantes dos rentistas exigem mais cortes de gastos. No fim do ano, irão (as agências de rating) criticar esse mesmo governo por causa dos restos a pagar”, destaca Ávila.
Em fevereiro, pelo terceiro mês seguido, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), apurado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou queda. O indicador ficou em 52,4 pontos, com queda de 5,7 pontos sobre o mesmo mês do ano passado, e de 0,7 ponto sobre janeiro.
A queda da confiança na indústria coincide com a divulgação do índice de atividade econômica do Banco Central, que apontou queda de 1,35% em dezembro sobre novembro, afetado por uma queda na produção industrial e nas vendas do varejo.
Fonte: Monitor Mercantil
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