SÃO PAULO - Governos de países latino-americanos vão intensificar ações contra entrada de aço chinês para garantir condições de concorrência equitativas no comércio regional, informou, em comunicado, a Asociación Latinoamericana del Acero (Alacero).
Segundo a entidade, que reúne 50 empresas de 25 países, há na América Latina, no momento, 27 resoluções em vigor contra as importações de aço da China. E outras quatro investigações estão em processo.
A Alacero informa que na sexta-feira a Secretaria de Economia do México publicou uma resolução final da investigação sobre a importação de aço laminado a frio (um tipo de chapa usada na indústria automotiva e de linha branca) oriunda da China. A ação impõe cotas antidumping compensatórias de 65% a 103% para o material chinês.
O inquérito foi iniciado pelas autoridades mexicanas em dezembro de 2013 por solicitação da Ternium México e da AHMSA (Altos Hornos de México).
Essa resolução, conforme a Alacero, vem na sequência de outra, publicada no país em 9 de junho, a qual estabeleceu cotas compensatórias preliminares para importações de aço laminado a quente (usado em larga escala por fabricantes de autopeças) proveniente da China, Alemanha e França. Fixou tarifas de 72,16% e 78,96% para os produtos da China.
O comunicado da Alacero informa que medida igual foi tomada pelo governo do Peru (tubos de aços laminados), aplicando cotas antidumping entre US$ 60 e US$ 90 por tonelada.
Na avaliação da entidade, o problema das importações de aço da China é grave e afeta a grande maioria dos países da região. Aponta que a América Latina é o segundo destino mais importante para o aço laminado do país asiático, superado apenas pela Coreia do Sul.
Nos primeiros quatro meses deste ano, informa, entraram 3,2 milhões de toneladas de aço chinês na América Latina, grande parte em condições de comércio desleal. Esse volume é 29% maior que o importado durante o mesmo período em 2014, e representam 39% do total das importações de laminados da América Latina.
A Alacero afirma que o aço da China “é produzido por empresas que operam num contexto de uma economia não de mercado”, as quais são subsidiadas pelo governo, pois suas operações seriam insustentáveis em competição com empresas privadas. Alega que a importação indiscriminada, a preços de dumping, ameaça a existência de empresas e de milhares de empregos na América Latina.
(Fonte: Valor Econômico/Ivo Ribeiro)
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