O Rio de Janeiro tem um tesouro ao Norte, que é a chamada Região dos Lagos, e outro ao Sul, que é a área de Angra dos Reis – preferida pelos ricos de todo o país. Mas o acesso rodoviário a Angra continua problemático, a partir da Barra da Tijuca. Os primeiros quilômetros são de êxtase, pois um moderno túnel evitou uma atribulada serra. Em asfalto perfeito, em linha reta, se segue um bom percurso.
No entanto, a partir de certa altura sequer o ônibus rápido BRT mantém sua faixa exclusiva. O BRT disputa espaço com os carros que, em certos trechos, têm de usar apenas uma faixa de rolamento. Nas proximidades de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, os acessos continuam como há décadas, sem qualquer melhoria.
Como prova disso, há pardais eletrônicos com velocidade de 60 km/h e até de 40 km/h. É difícil se explicar a um turista estrangeiro a manutenção desse gargalo, no trecho Rio–Angra, que deveria contar com boa infra-estrutura.
Seguindo-se rumo a Angra, vem a parte federal, a BR-101. Houve melhorias, feitas pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (Dnit), mas insuficientes. Em alguns trechos, a via ganhou terceira pista, mas os túneis continuaram iguais, com apenas uma faixa de rolamento em cada sentido.
É importante frisar que, além de centro de turismo, Angra abriga duas centrais nucleares operativas e uma terceira em construção, não se justificando que sua principal via de acesso conte com túneis estreitos, que não sofreram qualquer melhoria. Em caso de acidente nuclear, a via de escape será a limitada BR-101.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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