O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, definiu a criação de um Grupo de Trabalho (GT) com membros dos ministérios do Brasil e da Alemanha, para avançar no diálogo de cooperação binacional. A medida foi acertada ontem, quinta-feira (21), com o vice-ministro do Trabalho alemão, Jörge Asmussen.
Durante o encontro, os dois ministros trocaram informações sobre a política do salário mínimo e sobre o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado no Brasil, a partir da experiência alemã. O grupo já organizou uma segunda rodada de conversação entre os dias 20 e 22 de setembro, durante o 33º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em Joinville (SC).
“O salário mínimo é o principal motor desta política de inclusão implantada pelo Brasil. A valorização, criada a partir de um pacto entre empresários e trabalhadores, resultou em um aumento real de 73% e na inclusão de 51 milhões de brasileiros na classe média,” relatou Manoel Dias.
Salário mínimo
Na Alemanha, onde o salário mínimo foi criado em janeiro deste ano, a remuneração conta com reajuste a cada dois anos e é definido por trabalhadores e empresários. “Introduzimos de forma tardia o salário mínimo, que contempla 35 milhões de empregados, sobretudo em restaurantes, hotéis e construção civil, sendo que dois terços são mulheres”, disse o vice-ministro do Trabalho alemão, reiterando o interesse em analisar as ações brasileiras para redução da desigualdade.
“Nós temos interesse em estabelecer uma parceria baseada no modelo alemão de formação para os jovens. O Brasil tem pressa. Por isso, proponho o GT para avançar em questões objetivas”, acentuou Dias, relatando a experiência positiva do Programa Jovem Aprendiz, que já inseriu mais de 1,2 milhão de jovens de 14 a 24 anos, em programa de qualificação. O avanço da iniciativa no setor público e em áreas do desporto e cultura também foi enfatizado pelo ministro brasileiro.
“Com a menor taxa de desemprego da Europa entre os jovens, em torno de 6%, estamos convictos que este resultado deve-se ao nosso modelo de educação, que alia escolaridade e formação profissional, gerenciado exclusivamente pela sociedade civil, que tradicionalmente é parceira neste tipo de programa”, destacou o vice-ministro alemão.
Asmussen estendeu convite a Manoel Dias para participar de várias conferências que o país europeu realizará nos próximos anos, tendo como base a discussão sobre o futuro das categorias profissionais. “Espero que, em dois anos, já tenhamos resultados concretos dessa cooperação com o Brasil”, disse vice-ministro.
Ao final, Manoel Dias avaliou o encontro como promissor. “É o início de uma grande iniciativa. Nós poderemos fechar convênios em várias áreas, pois os resultados serão conquistados a longo prazo”, concluiu o ministro.
Fonte:Ministério do Trabalho
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