O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, garantiu ontem, em Londres, que o Brasil irá ingressar no Conselho Internacional de Grãos (IGC, em inglês) em breve. O ministro se reuniu com o diretor executivo do IGC, Etsuo Kitahara, e disse que vai apressar o processo para o acesso do Brasil ao conselho.
As discussões em torno do assunto estavam paradas e foram retomadas há dois meses pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, depois de pedido do ministro Mendes Ribeiro. Em entrevista ao Valor, por telefone, o ministro disse que a Pasta estuda há tempos a entrada do Brasil no conselho e que é necessário participar. "O Brasil sendo um dos maiores produtores do mundo não pode ficar de fora de um conselho que define os rumos do setor", disse Mendes.
O ministro da Agricultura prevê que a participação do Brasil possa ser confirmada muito em breve. "É uma coisa que precisamos fazer e eu vou fazer. Imagina só como deve ser bom para um torcedor fazer parte do conselho do clube que ele torce. Ele ajuda a tomar as decisões", afirmou Mendes. A língua portuguesa também foi sugerida para ser o idioma oficial do Conselho Internacional de Grãos. Essa mudança deve ser discutida em um próximo encontro da entidade.
Atualmente, o Brasil já faz parte do Conselho Internacional do Açúcar (IOS, em inglês) e também do Conselho Internacional do Café (OIC, em inglês), cujo diretor-executivo é o brasileiro Robério Silva.
O Brasil, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, é o segundo maior produtor e exportador mundial de soja. A produção foi de 75,3 milhões de toneladas na safra passada e a exportação foi de 33 milhões de toneladas no mesmo período.
Em produção de milho, o país é o quarto maior do mundo e terceiro maior exportador da commodity. Na safra passada, a produção foi de 57,5 milhões de toneladas e a exportação foi de 9,5 milhões de toneladas, conforme o Ministério da Agricultura.
O IGC surgiu em julho de 1995. Durante a Convenção sobre o Comércio de Cereais (GTC), o Conselho Internacional do Trigo (IWC) passou a se chamar IGC. Com a mudança, o novo conselho passou a monitorar todas as questões que afetam a economia mundial de grãos, analisar a oferta e demanda e políticas. Em 2004, as reuniões tornaram-se fóruns de diálogo, incluindo apresentações de especialistas sobre temas específicos.
Desde julho de 2009, o IGC passou a incluir em seus relatórios o arroz e as oleaginosas. Com isso, a definição de "grãos" foi formalmente expandida para incluir o arroz e seus produtos.
Fonte: Valor Econômico/Por Tarso Veloso | De Brasília
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