Apesar da queda no saldo da balança comercial, a meta para as exportações é crescer 30% e atingir US$ 257 bilhões
Curitiba - A balança comercial brasileira teve um deficit de 75,2% em novembro na comparação com outubro, em um cenário de desaceleração da economia e em meio a crise internacional. Este foi o menor resultado desde janeiro quando o saldo tinha sido de US$ 398 milhões. No mês passado, o saldo ficou positivo em US$ 583 milhões, mas bem distante do resultado de outubro que foi de US$ 2,355 bilhões. Em novembro, o total de exportações foi de US$ 21,774 bilhões e o de importações de US$ 21,191 bilhões. Das cinco semanas do mês, o saldo ficou negativo em três.
Os dados da balança foram divulgados ontem (1º) pelo ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alessandro Teixeira, que esteve em Curitiba participando do Encontro de Comércio Exterior (Encomex Mercosul). Apesar do resultado negativo de novembro, o ministro fez questão de ressaltar que o saldo comercial da balança foi 100,3% superior ao registrado a novembro de 2010.
Segundo ele, novembro é um mês sazonalmente carregado de importações com as compras de Natal. Além disso, houve aumento das importações de veículos com a proximidade do aumento do IPI, e a elevação da importação de combustíveis e máquinas. Para ele, a maior importação de máquinas reflete o aumento dos investimentos dos empresários.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério, Tatiana Lacerda Prazeres, destacou que, em novembro, as exportações cresceram em um ritmo superior as importações. A exportação teve uma elevação de 23,1% e a importação de 21,8%. Segundo ela, as importações em novembro estiveram muito relacionadas a compras de Natal, máquinas industriais e automóveis. As exportações que tiveram maior crescimento em novembro foram produtos básicos (35,3%), manufaturados (12,7%) e semimanufaturados (14,1%). Só as exportações de soja cresceram 531%. Os principais países compradores do Brasil são China, Estados Unidos e Argentina.
Ela acredita que as exportações permitirão ao Brasil ter uma fatia maior do comércio mundial e ganhar posições. Segundo ela, as vendas para outros países cresceram em função de quantidade e de preços internacionais. No ano, a maior parte das importações são de matérias primas e bendas de capital.
O ministro destacou que, apesar da queda no saldo comercial nas duas últimas semanas de novembro, isso não representa uma tendência de redução. Tatiana acredita em um futuro positivo. Hoje, o Brasil ocupa a 22 posição entre os países exportadores e, em 2010, foi responsável por 1,36% das exportações mundiais. Para 2011, a previsão é fechar com 1,4% de participação nas exportações globais e, a meta para 2014, é atingir 1,6% do comércio mundial.
Ela destacou ainda que a estimativa é que o comércio mundial tenha um crescimento de 18% neste ano e que o Brasil supere este percentual. De janeiro a novembro, a balança comercial acumula um saldo positivo de US$ 25,971 bilhões com crescimento de 75,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos últimos 12 meses, o saldo da balança chegou a US$ 31,315 bilhões com crescimento de 84,4%. Segundo o ministro, a previsão é atingir um superavit de US$ 27 bilhões ao final de 2011. A meta para as exportações é crescer 30% e atingir US$ 257 bilhões. Ele prevê que a primeira semana de dezembro, já tenha aumento das importações de veículos antes que entre em vigor a nova alíquota de IPI.
Fonte: Folha de Londrina
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