O ministro Miguel Jorge (Comércio Exterior) disse ontem que o Brasil poderá retaliar comercialmente a Argentina, caso aquele país proíba a importação de alimentos que têm similares produzidos localmente.
"Estamos trabalhando, o embaixador brasileiro está tendo várias reuniões para evitar que [a proibição] aconteça. Temos um fluxo importante de alimentos."
Preocupado com a possibilidade de mais barreiras, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) ordenou que o embaixador brasileiro na Argentina, Ênio Cordeiro, elevasse o tom.
Segundo o Itamaraty, Cordeiro se encontrou ontem à tarde em Buenos Aires com o subsecretário de Integração Econômica da Argentina, Alfredo Chiara, para repassar o recado do governo brasileiro.
Miguel Jorge disse que o governo não foi notificado oficialmente de nenhuma decisão argentina e lamentou que o assunto seja anunciado pelos jornais.
Apesar de ainda não confirmados, os rumores de novas medidas protecionistas por parte das autoridades argentinas acenderam a luz amarela no governo, que busca recuperar mercados para as exportações em ano de forte aumento das compras brasileiras no exterior.
Ao longo de 2009, o Brasil já havia encontrado dificuldades em exportar para a Argentina, devido a imposição de licenças não automáticas para a entrada de mercadorias de diversos setores, cujas liberações demoravam até quatro meses.
Mas, no primeiro quadrimestre, as vendas para a Argentina aumentaram 58,5% ante o mesmo período de 2009, totalizando US$ 4,8 bilhões. Entre os principais produtos exportados estão veículos, máquinas e equipamentos e eletroeletrônicos.
Font: Folha de S.Paulo/DA SUCURSAL DE BRASÍLI
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