O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, disse ao Estadão/Broadcast que o Brasil vai trabalhar para firmar o acordo mais “ambicioso e abrangente” possível com os Estados Unidos. Na manhã desta terça-feira, 20, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que vai trabalhar em um acordo de livre-comércio com o Brasil.
“A melhor maneira de a gente avançar na agenda comercial com os Estados Unidos é buscar ter um objetivo ambicioso de acordo comercial”, afirmou Troyjo.”Podemos começar as conversações com o Mercosul. Nosso desejo é trabalhar por um acordo abrangente.”
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Nesta semana, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, está no Brasil - ele se reúne nesta quarta-feira com Troyjo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro. É a primeira visita de um secretário de comércio dos EUA ao Brasil desde 2011.
Segundo o secretário, o governo brasileiro manifestará no encontro o desejo por uma agenda comercial abrangente com os EUA, envolvendo conversas sobre temas tarifários e não-tarifários, além de investimentos e infraestrutura.
Ele lembrou que existem várias formas de acordos e parcerias comerciais possíveis entre os dois países, mas frisou que o governo brasileiro buscará inclusive entendimento que inclua retirada de tarifas e criação de cotas de importação com menos tributos. Nesse caso, o acordo teria de ser fechado via Mercosul, como foi o com a União Europeia, anunciado no fim de junho. “Nós entendemos que temos que buscar as formas mais ambiciosas possíveis”, afirmou.
Troyjo ressaltou que qualquer redução de tarifas teria de ser feita de forma gradual, para dar tempo de o mercado doméstico se adaptar e de as reformas planejadas pelo governo aumentarem a competitividade da produção nacional. A intensidade da abertura dependerá do setor.
As negociações com os EUA também envolverão temas que podem avançar bilateralmente, sem a necessidade de aval do Mercosul, como facilitação de comércio, redução de barreiras não tarifárias, convergência regulatória, regras de propriedade intelectual, comércio eletrônico, aceitação de certificados de origem digitais e reconhecimento de operadores econômicos autorizados.
“O intercâmbio comercial entre Brasil e EUA está muito aquém do potencial. Um dos maiores desperdícios de oportunidade é o nível comparativamente pequeno de comércio com EUA, por isso uma das prioridades para o Brasil é aumentar esse intercâmbio”, completou.
O secretário destacou a conjuntura atual em que os presidentes brasileiro, argentino e norte-americano têm boa relação, o que facilitaria as negociações. “Há uma grande conexão entre o presidente Bolsonaro e o presidente Trump e isso facilita os entendimentos”, afirmou.
Fonte: Estadão